quinta-feira, 25 de abril de 2019

Portugal, sem plástico?


Boa noite colegas!

O tema que venho aqui partilhar com vocês já deve ser do conhecimento da maioria, no entanto, achei pertinente refletir um pouco sobre ele.
Ao que tudo indica, a União Europeia chegou a acordo para a implementação da lei que irá proibir o uso de alguns plásticos de utilização única como cotonetes, palhinhas, talheres, pratos ou copos. Este acordo necessita, ainda, de ser ratificado, mas espera-se que esteja tudo preparado até ao fim deste ano para que, desta forma, o plano possa entrar em prática ainda em 2021.
Este ato legislativo fará com que os sacos de plástico usados na maioria dos hiper e supermercados acabem por desaparecer. Para quem não sabe, os sacos de plástico oxo-degradáveis não se degradam facilmente, pelo contrário, fragmentam-se em pedaços muito pequenos, contribuindo para a poluição dos oceanos, e não só…
Portugal decidiu antecipar-se a esta medida, tentando implementá-la ainda em 2020. Não se esta sabe se irá, verdadeiramente, entrar em vigor a 100%, e, apesar desta diretiva, eu continuo indignada e preocupada com o aumento da produção e utilização de plástico.
São cada vez mais as famílias e até as pessoas que quando vão às compras optam por sacos de ráfia e sacos de pano (conhecidos como “amigos do ambiente”), ou que fazem reciclagem em casa, incutindo essas regras aos filhos. Se esta lei for, realmente, posta em prática irá haver grandes mudanças (positivas espero). 
Sendo assim, neste momento, a maioria deve estar a questionar-se porque continuo eu preocupada com esta situação. Passo a explicar. Apesar de este aumento de consciencialização, há pequenas e (in)significantes coisas de que a maioria das pessoas nem se apercebe. Ora, pego em alguns exemplos bastante comuns e descritivos, não é a primeira vez que, quando estou num hipermercado, me deparo com pessoas que para levarem um cacho que bananas usam um saco de plástico. Também é recorrente, por exemplo, a maioria das pessoas vir de um talho, chegar a casa e deitar no lixo o saco de plástico onde veio a carne por este ter algumas gotas de sangue. Estes comportamentos levantam algumas questões, entre elas, será que as pessoas quando querem comer uma banana também comem a casca e será que os sacos de plástico não se podem lavar?
Honestamente, tenho por hábito reutilizar todos os sacos de plástico que trago para casa. Será que é preciso a publicação de uma lei que proíba, finalmente, a utilização de sacos de plástico para que as pessoas se apercebam de como o plástico é no quotidiano algo praticamente dispensável? A questão nem tem que ver diretamente com a utilização do plástico, mas, sim com a noção de que não precisamos de pegar num saco de plástico para tudo ou, até mesmo, deitá-lo fora pelo mínimo motivo.
Como a maioria de vocês, espero mesmo que esta ideia vá em frente, no entanto, há que ter a noção de que será algo muito difícil, tendo em conta que, atualmente, muitas das coisas que utilizamos são feitas de plástico.

Marine Soares, 149416

1 comentário:

  1. Grata pela sua reflexão, Marine. De facto, no quotidiano há uma série de gestos que podem evitar o desperdício, sendo que a reciclagem é também uma ilusão, visto que os plásticos com gordura, por exemplo, não serem recicláveis... sem falar na loucura que é olhar para os contentores na rua e ver a misturada que para ali vai! Há neste momento uma série de alternativas ao plástico convencional (feito de excedentes da indústria petrolífera), tais como plástico fabricado de fibras vegetais (por exemplo de milho) ou mesmo de algas.

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