Devido ao facto de nas aulas abordarmos diversas vezes o papel da mulher no
mundo e consequentemente a forma como a mulher é vista pelos outros, tive a
ideia de escrever este post sobre arte feminista e dar-vos a conhecer algumas
artistas que marcam este tipo de arte.
Primeiramente irei
explicar o que é e como surgiu. Esta forma de arte nasceu entre as décadas de
1960 e 1970 quando diversas artistas, na sua maioria mulheres, começaram a incorporar na sua arte os princípios filosófico-políticos do movimento feminista. Passou a
dar-se especial atenção à análise das representações da mulher na arte, mostrando que a mulher é muito mais do que um
corpo objetificável.
Na década de 1990 algumas exposições pensadas a partir do feminismo começaram a percorrer o mundo. Abordavam questões como o corpo, o género, a exualidade, a identidade e a
autobiografia. Um dos nomes mais
emblemáticos é o de Louise Bourgeois, que, embora nascida em França, desenvolveu a sua longa carreira nos E.U.A. Efetivamente Bourgeois integrou na sua expressão artística temáticas feministas muito antes de estas se terem popularizado.
![]() |
Outra artista que
também primou pela diferença foi Adrian Piper. A
sua obra aborda temáticas como o racismo, a misoginia e as relações de género. O seu nome ficou mais
conhecido entre o público durante o ano de 1986, quando a artista criou um
cartão-de-visita cujo objetivo era consciencializar o público em geral acerca
de casos de violência sexual.
![]() |

Hoje em dia, existem cada vez mais artistas que se declaram feministas. Gostaria de citar, como exemplo, as ilustradoras Lela
Brandão e Helena Morani, pois embora não trabalhem juntas o seu estilo e a mensagem a transmitem são semelhantes. Através das suas contas no instagram — @ lela.brandao (outrora @
fridafeminista) e @helenamorani — as artistas publicam ilustrações digitais que empoderam a figura feminina e denunciam algumas questões que ainda hoje oprimem as mulheres.
![]() |
Lela Brandão |
![]() |
Helena Morani |
Através de composições relativamente simples, Brandão e Morani demonstram que cada mulher deve aceitar-se tal como é, sem tentar obedecer a padrões de beleza externos, e reconhecer o seu valor enquanto indivíduo, evitando deixar-se instrumentalizar. As ilustradoras refletem, pois, sobre os processos de autoconhecimento e desconstroem estereótipos sobre a feminilidade.













Lela Brandão foi também a criadora de um projeto denominado Frida Feminista. Começou-o nas
ruas de São Paulo através de panfletos com frases de empoderamento cujo público-alvo
eram as mulheres.
Escrevi este post com
o objetivo de, como já anteriormente referido, vos dar a conhecer algumas
artistas que foram pioneiras no campo da arte feminista e outras que continuaram esse trabalho. Devemos
ter em atenção que, embora hoje em dia a sociedade já possua uma mente mais
aberta, o sexismo persiste e a forma
como a sociedade vê a figura feminina é ainda bastante idealizada. Assim, espero que tanto este post vos ajude na vossa reflexão sobre este tema.
Obrigada por lerem e até amanhã😊
Obrigada por lerem e até amanhã😊
Inês Fonseca 153674
Grata pela sua reflexão, Inês. De facto, a sociedade contemporânea ainda continua a viver sob um modelo patriarcal, em que o voyeurismo define a relação com o corpo feminino (a esse respeito, vale a pena reler o capítulo 3, de 'Modos de ver', do J. Berger). As artistas que evoca contribuem em muito para desconstruir estes padrões, ajudando-nos, a nós mulheres, a desenvolver uma relação mais saudável connosco mesmas, e dando visibilidade a problemáticas que continuam a discriminar o feminino e a gerar (vários tipos de) violência.
ResponderEliminar