quarta-feira, 10 de abril de 2019

Arte contra a discriminação

Boa noite colegas!
Devido ao facto de nas aulas abordarmos diversas vezes o papel da mulher no mundo e consequentemente a forma como a mulher é vista pelos outros, tive a ideia de escrever este post sobre arte feminista e dar-vos a conhecer algumas artistas que marcam este tipo de arte.
Primeiramente irei explicar o que é e como surgiu. Esta forma de arte nasceu entre as décadas de 1960 e 1970 quando diversas artistas, na sua maioria mulheres, começaram a incorporar na sua arte os princípios filosófico-políticos do movimento feminista. Passou a dar-se especial atenção à análise das representações da mulher na arte, mostrando que a mulher é muito mais do que um corpo objetificável.

 Na década de 1990 algumas exposições pensadas a partir do feminismo começaram a percorrer o mundo. Abordavam questões como o corpo, o género, a exualidade, a identidade e a autobiografia. Um dos nomes mais emblemáticos é o de Louise Bourgeois, que, embora nascida em França, desenvolveu a sua longa carreira nos E.U.A. Efetivamente Bourgeois integrou na sua expressão artística temáticas feministas muito antes de estas se terem popularizado.

Um dos temas presentes na sua vasta obra, realizada em vários media, é o modo como a domesticidade, a maternidade e as relações de casal moldam o corpo feminino, como podemos ver nas esculturas abaixo reproduzidas.
 





Outra artista que também primou pela diferença foi Adrian Piper. A sua obra aborda temáticas como o racismo, a misoginia e as relações de género. O seu nome ficou mais conhecido entre o público durante o ano de 1986, quando a artista criou um cartão-de-visita cujo objetivo era consciencializar o público em geral acerca de casos de violência sexual.










Hoje em dia, existem cada vez mais artistas que se declaram feministas. Gostaria de citar, como exemplo, as  ilustradoras Lela Brandão e Helena Morani, pois embora não trabalhem juntas o seu estilo e a mensagem a transmitem são semelhantes. Através das suas contas no instagram — @ lela.brandao (outrora @ fridafeminista) e @helenamorani — as artistas publicam ilustrações digitais que empoderam a figura feminina e denunciam algumas questões que ainda hoje oprimem as mulheres.
Lela Brandão
Helena Morani
Através de composições relativamente simples, Brandão e Morani demonstram que cada mulher deve aceitar-se tal como é, sem tentar obedecer a padrões de beleza externos, e reconhecer o seu valor enquanto indivíduo, evitando deixar-se instrumentalizar. As ilustradoras refletem, pois, sobre os processos de autoconhecimento e desconstroem estereótipos sobre a feminilidade. 













Lela Brandão foi também a criadora de um projeto denominado Frida Feminista. Começou-o nas ruas de São Paulo através de panfletos com frases de empoderamento cujo público-alvo eram as mulheres. 


Escrevi este post com o objetivo de, como já anteriormente referido, vos dar a conhecer algumas artistas que foram pioneiras no campo da arte feminista e outras que continuaram esse trabalho. Devemos ter em atenção que, embora hoje em dia a sociedade já possua uma mente mais aberta, o sexismo persiste e a forma como a sociedade vê a figura feminina é ainda bastante idealizada. Assim, espero que tanto este post vos ajude na vossa reflexão sobre este tema. 
Obrigada por lerem e até amanhã😊 
Inês Fonseca 153674

1 comentário:

  1. Grata pela sua reflexão, Inês. De facto, a sociedade contemporânea ainda continua a viver sob um modelo patriarcal, em que o voyeurismo define a relação com o corpo feminino (a esse respeito, vale a pena reler o capítulo 3, de 'Modos de ver', do J. Berger). As artistas que evoca contribuem em muito para desconstruir estes padrões, ajudando-nos, a nós mulheres, a desenvolver uma relação mais saudável connosco mesmas, e dando visibilidade a problemáticas que continuam a discriminar o feminino e a gerar (vários tipos de) violência.

    ResponderEliminar