terça-feira, 31 de maio de 2016

O marketing é tão giro!

Podemos não ser totalmente ingénuos, mas mesmo estando informados sobre as técnicas usadas para nos persuadir a comprar, há uma à qual estamos sempre susceptíveis — a estética.

Todos sabem que o ser humano tem uma imensa sede  de beleza. Quem é que não fez já uma compra absurda "só porque é tão giro"? Quem trabalha em publicidade sabe isto (e muito mais!), por isso não é de estranhar que haja tanto investimento no design do produto e, por mais incrível que pareça, no design das embalagens, que vão quase sempre directamente para o lixo, depois da compra.

Assim, deixo-vos uma imagem que brinca com essa nossa característica. A arte é de um ilustrador de que gosto muito, Marc Johns.
Carolina Pinto, n. 54135

Guess the story?

Ao longo deste semestre falámos do modo como a publicidade se serve de narrativas conhecidas por todos nós e de ideais de felicidade transmitidos pelos finais felizes dos "contos de fada", por isso achei esta imagem engraçada como comentário a esta realidade.
Carolina Pinto, n. 54135

MENstruation

Publico este vídeo, inspirada pelo texto de Gloria Steinem "If men could menstruate", que a professora indicou como leitura para a realização do nosso projeto de investigação sobre o anúncio da Evax. Trata-se de uma experiência em que os homens realmente "vivem" a menstruação; acho interessante escutarmos o feedback de alguém que nunca teve o período e que passa por uma vivência similar. Espero que gostem!


Micaela Rocha nº49082

Missal de Casamento

Boa tarde colegas e professora,

Quero aproveitar esta oportunidade para partilhar convosco uma das leituras de um casamento em que estive presente no passado fim de semana. A cerimónia foi na igreja e, quando abri o missal (guia dado a todos os convidados), deparei-me com este texto que foi lido em voz alta pelo padre.
Não sei se a minha admiração e se o meu espanto se devem ao facto de não ter ido a muitos casamentos religiosos ou se é por ser ignorante no que toca a leituras, mas penso que esta questão não deve ser apenas desconhecida por mim e portanto espero elucidar-vos para o facto de que ainda hoje há pessoas que se regem por estes princípios.
O que me chocou ainda mais foi a naturalidade com que os convidados acenavam com a cabeça, em modo de aprovação, enquanto o padre fazia esta leitura. Este texto é o espelho da sociedade patriarcal em que vivemos, que tanto discutimos nas nossas aulas e que está ainda tão presente no discurso publicitário contemporâneo. É absurdo, arcaico, promove a desigualdade de género e propõe à futura esposa que seja uma mulher "fraca e submissa" perante o seu marido — "Viviam submissas aos seus maridos, como Sara, que obedecia a Abraão, chamando-lhe seu senhor".
Não quero, com esta opinião, ferir susceptibilidades, mas apenas alertar para esta questão que hoje, em pleno século XXI, não faz qualquer sentido e que em tudo se enquadra naquilo que temos falado ao longo do semestre.


Ana Hermenegildo, 47982

As aparências iludem

Boa tarde.

“Image is powerful but also superficial”
Estas são as palavras de Cameron Russell. A modelo admite que ganhou uma “lotaria genética": ela é alta, bonita e modelo de roupas íntimas. Mas não a devemos julgar pela sua aparência. Nesta palestra destemida, ela mostra-nos o que é estar nas mãos da poderosa indústria da moda, que fá-la parecer altamente sedutora com apenas 16 anos.

É incrível como a coincidência da realidade tem um impacto nas concepções que temos do mundo.  

Daniela Sousa
nº52043

American Apparel_SEXismo

Boa tarde colegas, creio que muitos de vós conhecem a marca de vestuário American Apparel, mas talvez não estejam a par das polémicas em torna da mesma. De facto, esta marca tem vindo a ser acusada de sexismo nas suas campanhas publicitárias e foi mesmo alvo de processos por objetificar a mulher e promover relações de género desiguais.
Deixo aqui algumas imagens para vossa apreciação.






Beatriz Narciso, nº14627

Mercado bio_acessibilidade

 

Temos vindo a falar de opções biológicas e da importância de contribuirmos, cada vez mais, para a construção/consolidação deste mercado (através das nossas escolhas). Eis alguns produtos bio cujos preços são bastante "competitivos", usando um termo muito caro à lógica neoliberal contemporânea.
 
















Para onde vai o capitalismo?

Caros colegas e professora, foi um prazer debater convosco aquilo que é REALMENTE a publicidade. Para finalizar este semestre, deixo-vos com um vídeo que pretende realçar as potencialidades futuras do sistema, se este começar a servir as necessidades que ainda estão por explorar.


"Advertising almost always tries to sell us stuff with the appeal to a higher needs by [adressing] our longings for emotional fullfillment (...) the corporations who pay for the adverts are not actually devoted to meeting the needs. Advertising is always hinting at the future shape of the economy. It’s sometimes easy to think that we’ve run out of stuff to make and sell one another. Far from it: Capitalism is still very undeveloped. We’re only at its very dawn."
The School of Life

Vanessa Silva nº50449

Why Do You Live Without a TV?

Com o semestre a chegar ao fim, decidi pegar num tema falado muito brevemente nas nossas primeiras aulas e partilhar convosco uma história de um casal que, tal como a professora, decidiram experimentar viver sem televisão. A ideia surgiu quando se deram conta, ao fim de uns quantos episódios de How I Met Your Mother, que durante três horas pouco mais de 10 palavras tinham dirigido um ao outro. É então que Trent se apercebe: "I realized I knew more about what Barney Stinson was thinking than what my loving fiancée was thinking. This thought hit me like a punch in the stomach: How much time do we spend watching TV, and is this healthy for us?". Terminados os 60 dias, com resultados surpreendentes, ambos decidiram voltar a ver a série juntos, pelo menos duas horas por dia; e aperceberam-se de que, quando a televisão voltou a fazer parte da sua vida, voltaram a comunicar e a ler menos e o cansaço e a preguiça tornaram-se maiores.

Deixo-vos então a história relatada pelo casal abaixo (meio cortada, pois não queria que ficasse muito grande):

"Generally speaking, couples who watch lots of TV tend to argue more often, have less sex, lead unhealthy lifestyles, and are less satisfied with life in general. (...) There is very little on the internet explaining how TV helps adults. There are a few articles around how educational programing can be good for children, but apparently after the kid learns to read, it’s better to get a book.

'Poor people have big TVs and small libraries; rich people have small TVs and big libraries.' I decided I would much rather fall into the latter category.

The first week was very tough for us. We had gotten so used to vegging out on the couch when we were home, there seemed little for us to do. To make matters worse, we were in the middle of the hot season in Antalya, Turkey, so traveling outside was out of the question. We walk EVERYWHERE in Antalya and did not really like doing that in 107 degree weather.

A funny thing happened after about five days: we started talking more. A lot more. I learned more about [my fiancée] in the next 60 days than I had in the last 6 months, and I loved it. She really is a fascinating person. On top of that, we both spent more time doing other activities we enjoyed. My reading time quadrupled and she spent a lot of time crafting. I now have a favorite winter hat thanks to this rekindled hobby of hers.

After the 60 days were up, we decided we wanted to keep watching How I Met Your Mother. We spent the next three days watching 2+ hours of that show. The normal American watches 32 hours a week of television, so we were still low on the consumption, comparatively. But, to me, I felt a sudden shift which I didn’t like.

I became moodier, less interested in listening to [my fiancée], less interested in my reading, and generally lazier than I had been. Similar reactions from her caused us to argue more and snap at each other over silly things."

Por fim, deixo uma lista de benefícios enumerados pelo casal após este desafio:
  1. "We get along much better. It’s rare that we argue and when we do, we listen to each other instead of trying to find distractions.
  2. Our cooking has gotten much better. (...) we don’t rush through the cooking process in order to plop down on the couch (...).
  3. Meal times are slow and peaceful. We really take a moment to enjoy what we prepared together.
  4. Our view on the future is brighter. Before, we didn’t talk too much about the future. A lot of our conversations revolved around TV shows we enjoyed. Now, we talk a lot about what will happen next in our lives, not what will happen next on Prison Break.
  5. My business is less stressful. (...)
  6. We are more interesting people. (...)
  7. Our social life has improved. When you don’t have anything to watch on TV you find things to do. (...)  It’s a great way to keep things fresh and build relationships.
  8. We are much more active. We take walks all the time and love taking our dog to the park."
Artigo completo em: "Why Do I Live Without a TV?"

Quantos de vocês estariam dispostos a passarem 60 dias sem acesso a qualquer tipo de rede social ou meio de comunicação, ou tanto não seja, sem acesso a telemóveis ou televisão?

Catarina Pereira (145669)

Yeonmi Park ~ escaping from North Korea in search for freedom

Boa noite colegas e professora, venho partilhar convosco a história emocionante e chocante de Yeonmi Park, uma ativista norte coreana de 22 anos que fugiu ao terror que é o regime ditatorial do seu próprio país, em busca de liberdade e melhores condições de vida, não só para si mesma como também para a sua família. Se não for do vosso conhecimento, peço-vos que assistam ao vídeo, porque vale realmente a pena. 


Yeonmi tentou escapar para a China em 2007, ano em que perdeu o seu pai, falecido de cancro. Com medo de ser descoberta pelas autoridades chinesas, esta não pôde sequer chorar a morte do mesmo ou dar-lhe um merecido funeral. Após toda esta tortura, foi "capturada" mesmo ao chegar à fronteira, acabando por conseguir estabelecer-se com a mãe na Coreia do Sul, em 2009. 

No discurso feito no encontro anual One Young World, que reúne jovens de todo o mundo e visa desenvolver soluções para problemas globais, Yeonmi narra o período de grande sofrimento que foi conseguir libertar-se de tamanho terror e é realmente devastador. Os media têm um enorme papel no que toca a tornar-nos de certa forma cegos aos acontecimentos do Oriente. Vivemos quase que de olhos vendados e achamos que tudo está bem no mundo, acabando por ignorar problemas tão sérios como este. Felizmente, somos um país livre e achamos que "o mal só acontece aos outros". 

No vídeo, Yeonmi menciona duas coisas que me tocaram imenso: "Women are weak, but mothers are strong (...) my mother allowed herself to be raped in order to protect me" e "We wanted to live as humans". 

Refere ainda três formas de podermos ajudar a Coreia do Norte: 
  1. "Educate yourself so you can raise awareness"
  2. "Help and support North Korea refugees who are trying to escape"
  3. "Petition for China to stop repratiation"

Catarina Pereira (145669)

Meninas e Meninos*

Tendo em conta que ao longo do semestre fomos falando do Feminismo e das questões de género achei pertinente a partilha deste vídeo que pretende alertar para os estereótipos estarem já estabelecidos em tão tenra idade. Espero que gostem :)


Andreia Esteves nº 52016

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Understanding vegans

Boa tarde.
Partilho aqui um vídeo de grande impacto.

Se escrevesse aqui tudo o que mudou na minha vida desde o mês de Janeiro, necessitaria de muito espaço e de muito tempo para conseguir organizar as minha ideias. Vídeos como este mudaram a minha forma de ver o mundo. A cada dia que passa sinto que só agora começo a ganhar consciência daquilo que me rodeia. Curioso é o facto de os meios de comunicação só nos passarem mensagens que não põem em causa os seus interesses e o normal funcionamento do sistema neoliberal. Temos que agradecer às pessoas que têm a coragem de agir e tentar descobrir aquilo que está mergulhado na escuridão e no silêncio.
Durante muitos anos sofri de um distúrbio alimentar. É incrível como a comida se pode tornar um inimigo. Descobri a solução na adopção da dieta vegan. Hoje sou uma pessoa completamente diferente. É muito bom saber que recuperei a minha saúde. Incrível é também saber que estou a contribuir para aquilo que devia ser o principal objectivo de todos nós: salvar o planeta. Ele precisa de nós!
A VIDA DO PLANETA ESTÁ NAS TUAS MÃOS! SALVA-O!


Daniela Sousa
nº52043



O seu sonho também é o sonho de outra pessoa

Boa tarde Professora e colegas, encontrei este vídeo e achei relevante tendo em conta que tivemos vários convidados nas aulas que mudaram a sua vida e que foram atrás dos seus sonhos. Neste vídeo no TEDx São Paulo, o empreendedor e escritor, Gustavo Tanaka, conta um pouco da sua vida – como escreveu o livro 11 Dias de Despertar e passou a inspirar pessoas de todo o mundo e como criou um modelo de uma empresa livre. O escritor desafia Já parou para pensar que o seu sonho, provavelmente também é o sonho de outra pessoa?" e afirma que o problema das pessoas é que não foram ensinadas a colaborar, mas sim ensinadas a competir. O autor encoraja o público a não deixar os seus sonhos morrerem e afirma que "Felicidade é o que acontece quando você é quem você é de verdade".


                                                                                                                         Catarina Rafael nº52044

Emotional Environmentalist

Aqui está um excelente exemplo de uma criança que é sensível e crítica quanto ao impacto do Homem no planeta. Muitos de "nós" eramos assim, mas algures durante o crescimento perdemos a inocência e a transparência com que olhamos para o que nos rodeia. Somos socializados de modo a assumir a "normalidade" da ideologia capitaluista que, em grande medida, nos torna insensíveis ao horror do sistema em que vivemos.


Espero que este vídeo reacenda a centelha que cada um de vocês tem de especial ;)

Carolina Mora, nº. 52006

Consciência alternativa na indústria do algodão

Ao longo do semestre temos vindo a falar dos impactos ecológicos e humanos que surgem de seguir o modelo proposto pela narrativa do "Business as Usual" e dos modelos alternativos ao sistema neo-liberal. Neste sentido, partilho convosco um documentário que vi recentemente no National Geographic intitulado For the love of Fashion. Neste documentário Alexandra Cousteau tenta perceber como funciona a indústria do algodão e entender qual a viabilidade de apostar no algodão orgânico. 
Achei este documentário muito interessante dado que apela a uma reflexão sobre as "zonas invisíveis" do processo de produção, sobre as quais não costumamos reflectir ao comprar um produto. Alguns projectos interessantes apresentados neste documentário são o Berlin Ethical Fashion Show e a organização Textile Exchange.
Infelizmente não encontrei o documentário completo no youtube, mas encontrei este vídeo de 15 minutos que acaba por resumir o conteúdo principal do documentário. Fica a sugestão :)


Andreia Esteves nº 52016

Green Washing - Tryo

Dado que, nas últimas aulas tem sido referido o fenómeno do Green Washing como recurso utilizado por grandes companhias que integram um discurso aparentemente sustentável na sua estratégia de marketing, hoje partilho a música Green Washing da banda francesa Tryo que alerta precisamente para esta situação.
Deixo em baixo o vídeo que acho bastante interessante, assim como a letra. Espero que gostem :)


On veut du green green green green green green washing

On veut des tours d’avion, des airbus, du diesel
Des mandarines toutes les saisons, des grands voyages dans le ciel
Du high tech à la maison, de la nouvelle technologie
On veut pouvoir dire pardon et soulager son esprit

On veut d’la viande d’argentine, d’la bidoche à tous les repas
De la world food dans la cuisine, on veut du sucre, on veut du gras
On veut moins cher, on veut meilleur, on veut toujours un peu d’ailleurs
On veut la mer, on veut l’été même en hiver on veut bronzer

On veut du green green green green green green washing
C’est nous les as, les pinocchios du marketing
On veut du green green green green green green washing

On cache les galets sous le sable, on veut des plages de sable blanc
Du réseau pour nos portables, on voudrait quatre barres tout le temps
Des orgies raisonnables, des grands échangeurs de béton
Et des amis toujours joignables, on veut des baleines et du thon

On veut de l’eau toujours qui coule et des rides un peu moins creusées
On veut de la jeunesse en poudre et puis de la neige en été
Des grands buildings sous le soleil, des monuments pharaoniques
On veut partout partout pareil, de la wifi, du numérique

On veut du green green green green green green washing
C’est nous les as, les pinocchios du marketing
On veut du green green green green green green washing
On veut du green green green green green green washing

On veut des lessives sans phosphates, des shampoings tout organiques
Et des forêts pour nos 4x4, du charbon dans nos cosmétiques
Des slogans abusifs, plus blanc que blanc, plus vert que vert
Mascarade écologique pendant qu’on s’shoote au nucléaire

On veut du green green green green green green washing
On veut du green green green green green green washing
On veut pouvoir dire pardon et soulager son esprit
On veut du green green green green green green washing
On veut la mer, on veut l’été même en hiver on veut bronzer
On veut du green green green green green green washing
On veut des baleines et du thon
On veut du green green green green green green washing
C’est nous les as
On veut du green green green green green green washing


Andreia Esteves nº 52016

domingo, 29 de maio de 2016

Cola Cola = Felicidade

No início do anúncio, vemos um copo com coca cola e gelo (que nos lembra algo refrescante), a Coca-Cola está a transbordar do copo, acompanhada por um som que nos transmite abundância e que nos estimula o desejo de ter acesso táctil a algo ali disponível para nós. Para obter a tão desejada felicidade, vamos comprar. Assim inicia-se um jogo de palavras:
"Coca-Colacom gelo
gelo com amigos
amigos com histórias
histórias com Coca-Cola
Coca-Cola com música
música com loucura
loucura contigo
tu com Coca-Cola
Coca-Cola com sentimento
...
taste the feeling"
A Coca-Cola fica bem com todos os momentos da vida. Ela torna tudo especial e associa-se a todas as coisas boas que a vida oferece: as brincadeiras, as aventuras, as amizades, o divertimento, a loucura,  a energia vital, o amor, o primeiro beijo, o primeiro amor, a musica, ao "tu" e ao "eu".


Ela proporciona a felicidade e a intemporalidade, isto é, ao beber Coca-Colaestamos a beber a própria felicidade e esta pode ser contínua/intemporal desde que o ato de beber Coca-Cola seja contínuo. A vida das pessoas foi transformada, estão todos a sorrir e a viver o melhor da vida com a Coca-Cola, e não com outra bebida qualquer. É  a Coca-Cola que possibilita tudo o que é bom. A própria música canta "nothing can bring us down", assim não há limites para ser feliz, não há restrições com a Coca-Cola.

 É estabelecida uma relação do colectivo ao pessoal no texto verbal. Inicia-se com o "nós" direccionado para o "eu + amigos + Coca-Cola" para "nós", regressando a "mim" e Coca-Cola. Assim, nota-se que a marca pretende estabelecer uma relação com cada consumidor de forma particular para formar um colectivo.

As associações feitas ao longo do anúncio são uma espécie de percurso para afirmar que a Coca-Cola é todo o que desejamos, sendo a marca repetida várias vezes quer no texto verbal e quer no texto visual, reforçando o seu impacto os valores associados à mesma.

Ao longo do anúncio vemos pessoas jovens, bonitas/atraentes, de raça branca, sendo que a bebida não só se associa à felicidade mas também à vitalidade, direccionando-se para um público jovem que quer/deseja aproveitar a vida ao máximo. A marca vende a ideia de que todos queremos ser como os atores do anúncio — felizes, divertidos e bem-amados.

O vídeo acaba com a frase "Coca-Cola com sentimento" em destaque e depois surge uma rapariga a abraçar um rapaz (que pode ser a personificação do produto): ela está a "provar" o momento ("taste the feeling") proporcionado pelo seu papel de consumidora de Coca-Cola, como atesta a presença do logotipo da marca que ganha relevância e centralidade.
Jéssica Oliveira nº145636

Duplo padrão SEXismo?

Aqui fica um vídeo que a revista Cosmopolitan lançou com o título 'Hot Guy Applying Sunscreen'

A propósito do video segue-se este comentário:  "I find it funny how this is okay but Cosmo you would be the first to scream sexism if it were a "hot AF woman shows you how to put on sunscreen". Double standards much?" Para além deste comentário existem muitos outros que revelam outras problemáticas sociais, como por exemplo o racismo.

Achei interessante partilhar este vídeo convosco, pois ultimamente, nas aulas temos discutido bastante questões ligadas ao sexismo.
Edna Correia nº145648
Fecha

Video publicitário de detergente italiano

Tendo em conta uma publicidade recente que gerou muita polémica (ao detergente chinês Qiaobi), deixo este vídeo feito há alguns uns anos. Trata-se também aqui de uma "lavagem" da pele/etnia. 
Um homem branco de meia idade aparece com ar desleixado, em roupa interior, tentando cativar a mulher, que se dedicava às tarefas domésticas (área reservada à mulher, no contexto patriarcal reproduzido pela publicidade, numa dicotomia clara entre feminino e masculino). Quando o clímax da publicidade acontece, a mulher coloca o homem "branco" na máquina e lava-o. Ele sai da lavagem sendo uma nova pessoa. Uma pessoa mais jovem (ideal da juventude eterna, basta uma lavagem e fica-se jovem), com um corpo esbelto e atlético (ideal do corpo perfeito) e sendo "negro". Este "negro" pode-se associar ao nome da marca"Coloreia" que por sua vez se liga à palavra "cor".

Podem-se aqui levantar algumas questões. Se é racismo um homem "negro" / sujo sair da máquina de lavar como um homem "asiático" / limpo ...  não será racismo também um homem "branco" / sujo sair como um homem preto / limpo, esbelto e muito atraente?

Não concordo com a estratégia destes anúncios, no entanto, a polémica que geram é capitalizada pelas marcas. No meu caso, confesso, nem sabia que tais marcas existiam...

                                                                                                         Jéssica Oliveira nº145636



This Is How A Single Good Deed Can Change The World

Boa tarde a todos, de encontro ao que temos vindo a falar nestas últimas aulas, deixo aqui um vídeo inspirador que se foca na ideia de que uma pequena ação pode mudar a vida de uma pessoa e até o mundo. 




Como podemos visualizar neste vídeo, uma pessoa ajuda outra e essa ajuda irá inspirar as pessoas à sua volta para ajudar também, formando uma cadeia.

"Great things are done by a series of small things brought together." 
- Vincent Van Gogh

Beatriz Narciso, nº146278

What you see and what you eat

Boa tarde! Quando eu e as minhas colegas fizemos a nossa apresentação sobre o flyer do McDonald, foi referido um vídeo que alude às imagens ilustrativas. Esse vídeo, que agora vos deixo aqui, dá-nos uma ideia do poder da manipulação das imagens através das tecnologias informáticas e o modo como estas vão influenciar o nosso olhar sobre o produto. O vídeo espelha de forma simples a dicotomia entre o  'Ideal e Realidade'.
No entanto, o facto de estes produtos continuarem a ser consumidos, independentemente do seu aspecto real, diz muito sobre o efeito que as campanhas publicitárias têm sobre nós. Tornou-se "normal" o produto não corresponder ao que é apresentado e isso não interfere com a procura e consumo do mesmo.

Bons estudos e boa sorte para o teste!
Ana Sofia Rodrigues_52 586

Anúncio racista: Qiaobi

Bom dia (mais uma vez) colegas e professora, desta vez partilho convosco um anúncio a um detergente de roupa que está a gerar imensa polémica na China. É considerado o anúncio mais racista de sempre.

Neste, enquanto uma mulher, branca e asiática, lava a sua roupa, entra um homem de cor negra. Quando este a tenta beijar, ela mete-lhe uma cápsula do dito detergente na boca e muito rapidamente o manda para dentro da máquina de lavar. Posteriormente, quando esta volta a abrir a máquina, sai lá de dentro um homem completamente novo, desta vez branco, asiático, charmoso, e em todos os aspetos diferente do homem que antes estivera à frente dela. 



Na Ásia, existe esta grande obsessão com a cor de pele e a ideia de que todos têm de ser o mais branco possível e ter a pele tão limpa e tão brilhante quanto possível. O branco está associado à riqueza, enquanto que o negro está associado à pobreza, e ninguém quer estar relacionado com um homem negro, que por sua vez representa a pobreza. Por se tratar de países extremamente patriotas, acreditam que quem vem de fora (dos respetivos países, nomeadamente a Coreia e a China) não será bem-vindo ou não é tão bom quanto os habitantes do próprio país. No fundo, o grande problema e a grande causa do racismo e xenofobia é o medo do desconhecido.

Catarina Pereira (145669) 

Planet Earth: what causes destruction?

Bom dia colegas e professora, há uns meses encontrei este vídeo no Facebook  que, tal como tantos outros, tanto me tem inspirado e encorajado na decisão de deixar de consumir a grande maioria dos produtos de origem animal. Não sou, de forma alguma, o tipo de pessoa que anda por aí a tentar lavar o cérebro das pessoas e a fazer com que deixem de consumir produtos animais, por motivos não só ambientais, como também de saúde, etc., etc... No entanto, faço o meu melhor para dar a conhecer às pessoas as razões que me levaram a mudar o meu estilo de vida de uma forma tão radical.

O vídeo abaixo demonstra um pouco do mal que o ser humano está a fazer ao planeta ao consumir, neste caso, carne. O consumo de carne é uma das maiores causas da destruição do nosso planeta, e grande maioria das pessoas não se apercebe disso. Somos uma sociedade de consumo: "eu quero, eu quero, eu quero"; e muitas pessoas argumentam "que posso eu fazer? sempre foi assim, e nada há-de mudar" (Joanna Macy). Verdade seja dita, não há forma de eu ou tu, que estás a ler isto, conseguirmos mudar o mundo todo, mas a verdadeira mudança parte de nós próprios. Não conseguimos controlar as ações dos nosso pais ou dos nossos irmãos, mas conseguimos controlar as nossas. Para fazer, basta querer.

COMUNIDADE : A UNIÃO FAZ A FORÇA

Foi já mencionado algumas vezes em aula, pela professora inclusive, o quão importante seria inserirmos gestos tão pequenos na nossa vida diária como consumir mais produtos biológicos (ajudando assim a agricultura biológica), fazer parte de projetos e organizações como a Brigada do Mar, aceitar menos publicidade, que sabemos que não nos vai ser útil (a não para aumentar o lixo lá em casa), para não falar de outros gestos tão simples como reciclar ou preferir transportes públicos ao nosso carro, por exemplo. Trata-se de escolhas tão simples que podem, de facto, fazer a diferença.



SHE IS OUR MOTHER. THERE IS ONLY ONE. 
SHE IS DYING. SHE CAN BE SAVED.

Ao passar os olhos muito rapidamente pelos comentários a este post [no facebook], deparei-me com um muito curioso e, a meu ver, extremamente preciso: "The earth would be healed if the people were not here."

E na vossa opinião, qual a verdadeira causa da destruição do nosso planeta?

Catarina Pereira_145669

"How Would You Change The World?"

Bom dia. Deparei-me com este vídeo há uns dias atrás e achei-o bastante interessante. Foram reunidas pessoas cujas idades variavam entre os 0 aos 100 (na verdade foi incluído não um indivíduo com 100 anos mas com 105) e foi-lhes colocada a seguinte questão: “How would you change the world?”.

O que é bastante curioso é o facto de o senhor de 105 anos responder: “I do not know what I can change”. A experiência de vida também determina o nosso modo de ver o mundo. É possível que perante tanta desigualdade, injustiça e irracionalidade, este idoso não consiga seleccionar uma única resposta?

Queremos tanto mudar o mundo, mas nada se modificará se não agirmos. Será que é mais fácil esperarmos que alguém o faça por nós? Será que somos tão insignificantes que não podemos fazer a diferença?

O progresso requer acção. A acção requer vontade. E a vontade requer paixão pela vida.



Daniela Sousa_52043

Resgate Sorrisos

Boa noite professora e colegas, durante o telejornal deparei-me com esta reportagem acerca de uma iniciativa que apela ao fim da escravatura infantil no Gana. Para tal foi realizada uma Gala na qual vários foram os famosos convidados a participar para angariar fundos para garantir a educação das crianças que foram resgatadas da escravatura infantil ou vendidas por falta meios de subsistência.
Muitas são as pessoas que pensam erroneamente que a escravatura já teve um ponto final. Na verdade, ela ainda está bastante presente no dia a dia de muitos países e estas iniciativas ajudam-nos não só a ter consciência desse facto, mas também a contribuir para um futuro melhor.

Deixo aqui o link para que possam conhecer melhor esta causa e se possam juntar a ela!

                                                                          Rita Albano, 52012

Maquilhagem e auto-estima

Boa noite colegas e professora, vi este vídeo e achei relevante partilhá-lo. É aqui retratado um tema várias vezes abordado nas aulas de Cultura Visual — a enorme pressão social para as mulheres se mostrarem perfeitas. 
Este vídeo aponta para um estigma relativo não só à imperfeição, como à perfeição quase que irreal. 
Numa parte final do vídeo surge a seguinte frase: “Am I more than my skin?” Será mesmo que o ter (neste caso, uma pele perfeita)  está mesmo sempre sobreposto ao ser?
Ricardo Batalha, nº 146267

sábado, 28 de maio de 2016

TRichardson_Violência sexual na publicidade

Boa tarde a todos,

Encontrei este artigo sobre Terry Richardson (fotógrafo de moda dos EUA) que acho muito interessante para refletirmos sobre o mundo da publicidade.
Acho que é uma vergonha que uma pessoa como ele continue ativo depois de tudo o que fez a tantas mulheres, e o pior é que ainda há quem o considere um grande artista.
Aonselho-vos a ver algumas das suas fotografias para terem uma ideia mais clara do seu trabalho....





Terry Richardson: fotógrafo invejável ou condenável?

O site Ateliê Coquille, através de seu facebook divulgou este texto que já tem um bom tempo², mas é de temática ainda atual, e serve ainda para uma boa reflexão sobre ética no trabalho fotográfico, assédio sexual e cadeia de produção saudável (ou as chamadas “panelinhas”). Resolvi traduzi-lo e trazê-lo para mais uma discussão aqui no DG.
“Eu não gosto de explorar ninguém. Isso não é meu estilo. Todo mundo se diverte em minhas sessões”, diz o fotógrafo de moda Terry Richardson. Mas aqueles que trabalham com ele continuam a acusá-lo de assédio sexual, e eles nos contaram suas histórias.
Na semana passada, a top model dinamarquesa Rie Rasmussen confrontou Richardson em Paris , e disse que ele abusa de sua posição de poder dentro da indústria para assediar sexualmente as mulheres jovens, com impunidade. “Elas estão com muito medo de dizer não, porque a sua agência reservou a eles o trabalho e são jovens demais para se defenderem”, disse Rasmussen. “Eu disse a ele: ‘O que você faz é completamente degradante para as mulheres. Espero que você saiba que você só f**e meninas porque você tem uma câmera, muitos contatos de moda e suas fotos na Vogue.”
Ao invés de defender-se, Richardson supostamente fugiu do local e, em vez disso, chamou a agência de Rasmussen para reclamar sobre ela.
Dois dias atrás, uma modelo algum dia chamada Jamie Peck escreveu sobre uma experiência que teve em uma sessão [eng] com Richardson há seis anos. Quando ela disse que queria manter-se de calcinha porque estava menstruada, Peck diz que Richardson pediu-lhe para tirar o seu tampão para que ele pudesse brincar com ele, e fazer “chá de tampão.” Ele insistia em ser chamado de “tio Terry”, e durante o seu ensaio, Richardson inesperadamente despiu-se.
“Antes que eu pudesse dizer ‘ei, ei, ei!’ o cara estava vestindo apenas suas tatuagens e balançando o maior pau que eu já vi perigosamente perto da minha pessoa sem roupa (admito, eu não tinha visto muito ainda).” Nas palavras de Peck, Richardson, eventualmente, “manobrou-a” para um sofá em seu estúdio, onde ele “fortemente sugeriu que eu tocasse seu pênis aterrorizante.” Quando ele ejaculou, um de seus assistentes deu a Peck uma toalha.
Richardson também teria deixado sua então esposa, a ex-modelo Nikki Uberti, por Shalom Harlow quando Uberti foi diagnosticada com câncer de mama aos 29 anos.
Após a publicação de denúncias de Peck, outras histórias de comportamento questionável de Richardson no trabalho vazaram. Eu ouvi de bookers de agências de modelos e ex-bookers, fotógrafos (muitos dos quais me disseram que estão revoltados com Richardson em parte porque propaga a idéia do fotógrafo de moda/predador, e torna seu trabalho mais difícil), redatores, editores de revistas de moda, modelos de todas as descrições, estilistas, e outros na indústria. Por causa da posição extraordinária de Terry Richardson de poder, todas essas pessoas me falaram anonimamente, por medo de perder seus empregos ou ser posto em uma lista negra numa indústria que odeia suportar qualquer desafio evidente à sua estrutura de poder.
Uma fonte da moda diz que as agências “conhecem bem o comportamento completamente predatório de Richardson”, mas que ele “é tolerado porque o povo da indústria é de apenas ovelhas. Há apenas um punhado de fotógrafos que têm o poder, um punhado de editores que têm o poder, e um punhado de clientes que têm o poder. Todo mundo só segue este pequeno grupo de pessoas.” Em uma indústria multibilionária, onde o produto está sujeito a um elevado grau de incerteza — este vai ser o look da temporada ou será isso? Será que essa tendência vai decolar ou será essa? — As pessoas tendem a se agrupar em torno de um punhado de pessoas que são poderosos o suficiente para realmente influenciar os resultados. Porque Richardson traz a selo duplo de aprovação editorial de Anna Wintour e sua homóloga francesa, Carine Roitfeld, e porque ele também clica para monstruosos clientes comerciais como a H & M, seu enraizamento no panteão fashion é praticamente completo. E isso, diz a fonte, faz com que ele seja praticamente intocável. “Aquelas pessoas no poder, as mulheres, precisam assumir a responsabilidade pelo que acontece com as meninas, porque ao ao reservá-lo  estão dando a sua aprovação tácita que tudo o que ele faz é OK”.
Várias pessoas apontaram que enquanto Richardson fotografa, com frequência, para grandes títulos, incluindo a Vogue americana, Harpers Bazaar, Vogue Paris, British Vogue, iD, V, e GQ, ele tem uma curiosa exceção, e de alto perfil,  em seus créditos editoriais: a revista W , onde os serviços de Richardson não estão, aparentemente, em demanda. Dois funcionários da W (um atual e um ex) confirmaram que Richardson não tem trabalhado com a revista nestes tempos; um outro indivíduo pensa que o mais recente exemplo do seu trabalho aparece na revista datada de um ensaio na Cidade do México, com a modelo Esther de Jong,  em meados dos anos 90 na edição de novembro de 1996.
Perguntamos ao diretor de arte da W, Dennis Freedman, porque isto é assim; uma fonte ouviu um rumor no momento em que a proibição do trabalho de Richardson foi instituída porque Freedman se ofendeu com uma foto Richardson de um modelo posou com a cabeça em um forno. Freedman ainda não comentou — há algumas outras coisas acontecendo na W esta semana —, mas vamos atualizar, se e quando ele o fizer.
A história, de 1999, arquivada aqui [eng], sobre uma disputa de pagamento que Richardson teve com a etiqueta francesa Paul & Joe, menciona que, no momento, Kate Betts “parece ter colocado um fim à restrição de curta duração [a Richardson] na Harpers Bazaar”. Betts, que agora escreve para o periódico, foi editora-chefe da Harper Bazaar de junho de 1999, até junho de 2001, e foi só no reinado de seu sucessor, Glenda Bailey, que o trabalho de Richardson voltou à tona (Richardson clicou três capas para a revista, contando com capas de assinantes, em 2009). Betts alegou não lembrar por que ela não usou Richardson durante seu mandato na Harpers Bazaar quando lhe perguntei sobre isso ontem à tarde. Mas é evidente que existem pessoas em forma de quem encantos particulares de Richardson são perdidos, e pessoas que não procuram negar, tolerar ou desculpar o que ele faz.
Enquanto isso, essas histórias do comportamento de Richardson falam por si:
Eu era uma modelo no final dos anos 90, em Londres, e eu estava reservada em um trabalho de Terry Richardson para a Arena Homme Plus. A sessão foi em um parque de diversões, e eu estimaria que havia 30 modelos no total […] e foi-nos dito que a todas nós seria dada a oportunidade de tentar emplacar uma capa. Estando familiarizadas com….. pecadilhos do Sr. Richardson, muitas das modelos estavam ansiosas para agradar. Agradar, neste caso, consistia principalmente em puxar as calças para baixo, levantar as saias, perder blusas, e um pouco de chupar o dedo em boa medida. Parecia dolorosamente claro para mim que a atração fantasma de uma tentativa de capa era razão suficiente para um punhado de mulheres jovens com perspectivas de carreira reduzidas humilharem-se uma em frente à outra, enquanto Terry Richardson dava uma risadinha, ofegante, disse: “Isso é quente”, e empurrou-os ainda mais. Durante o almoço, eu me aproximei dele e perguntei-lhe se ele tinha alguns dilemas morais sobre exploração dos sonhos tristes de modelos que ainda não tinham feito e provavelmente nunca fariam isso. Perguntei-lhe se ele percebeu que eles estavam decretando que elas acreditavam que eram as suas expectativas e fantasias a fim de ganhar seu favor e, consequentemente, obter uma capa ou uma futura reserva. “Eu realmente não penso sobre essas coisas”, ele me disse. “Eu acho que você é mais esperto do que eu.”
De fato.
Também ouvi de uma mulher que é amiga de uma estilista que costumava trabalhar com Richardson. “Ela saiu por ter de vê-lo assediar sexualmente/abusar de duas modelos adolescentes (nuas) do Leste Europeu que não falam inglês — não falava e estava tão envergonhada. Eu não acho que ela tenha tido trabalho por um bom tempo depois.”
Uma mulher na indústria disse: “As pessoas também devem estar se perguntando por que Terry não clica meninas negras.” É verdade que o extenso trabalho de moda de Richardson apresenta modelos quase que exclusivamente brancos. Na verdade, eu me esforcei para encontrar este único exemplo [eng] de Richardson usando um modelo preto para a história da moda.
A história a seguir vem da única fonte que me escreveu a partir de um endereço de e-mail anônimo, e que não respondeu às minhas perguntas para dar seguimento. Será que isso lançou dúvidas sobre suas alegações? É para você decidir. Eu apresento a história dela aqui, porque mesmo que ela não possa ser verificada, ainda, creio eu, vale a pena ouvir. A escritora diz que ela tinha 19 anos no momento de sua sessão de Richardson, que foi dois anos atrás. Ela apresentou-se, entendeu serem “nus artísticos de fotografia” porque ela tinha perdido o emprego no café e precisava de renda:
Ele primeiro me pediu para brincar comigo, e apenas fez exigências realmente assustadoras.
Ele disse que não era pornográfico porque ele estava dando cliques, e quando eu disse que eu me senti como se estivesse vendo se eu era apenas estúpido, ele me entregou a câmera e disse: “Tudo bem, você deve [me clicar] brincando comigo mesmo”.
Quero dizer, seus assistentes estavam como “Você acha que todas essas celebridades que tiram fotos com ele o fariam se fosse pornografia?”
Então ele disse para tirar fotos dele me tocando.
Eventualmente, ele tinha me descer sobre ele e tirou fotos dele chegando na minha cara, que eu nunca tinha feito antes, e quando eu fui para o banheiro para me limpar eu podia ouvir ele e um assistente brincando sobre isso, e foi quando eu decidi não contar a ninguém.
A escritora diz que mais tarde chamou Richardson e pediu que as imagens não fossem  utilizadas. “Ele disse que eu já havia sido pago e que eu havia assinado a liberação. Eu só não queria que ninguém soubesse sobre o que eu tinha feito e que eu era uma idiota de me deixar ser usada assim.”
Sarah Hilker, que agora é uma modelo de fine art freelance baseada em Los Angeles, tinha 17 anos, e tinha acabado de sair do ensino médio, a fim de entrar em modelagem em Nova York, quando ela conheceu Terry Richardson. Armada com uma identidade “falsa perfeita”, Hilker foi a uma festa para o moderno site de pin-ups Suicide Girls, que era na época planejava o lançamento de uma revista. A festa foi no início de 2004, e Richardson foi o fotógrafo do evento — na verdade, era o mesmo evento onde Jamie Peck encontrou Richardson inicialmente. Hilker escreve que ela foi para o bar onde a festa estava sendo realizada com um amigo:
Meu “amigo” olhou para mim e realmente disse: “Não é quem você conhece, é quem você chupa!” Seu amigo me levou até a porta quase invisível para os bastidores, onde a verdadeira festa estava acontecendo. Eu lentamente abri e entrei. O quarto inteiro PAROU e olhou para mim. O que imediatamente me deixou desconfortável. Em um canto havia uma pilha literal de sutiãs e calcinhas SG e do outro era uma pequena mesa com formulários de liberação de modelo. Algum estranho imediatamente me agarrou e me levou até as calcinhas acumuladas, e neste meio tempo uma outra pessoa se aproximou de mim e empurrou um formulário de liberação do modelo na minha cara. Eles não tinham interesse em ver minha carteira de identidade ou até mesmo me fazer nenhuma pergunta. Eu estava sendo empurrada para a frente da fila para ir clicar com suas calcinhas e um formulário de autorização de modelo em branco nas minhas mãos. Eu ainda não tinha tido tempo de despir-me para colocá-las.
Eu o vi clicar uma garota obviamente embriagada se insinuando pra um cara completamente nu e ereto com a calcinha SG puxada para um lado, uma mão na câmera e a outra agarrando o pau dele sobre a calça. Fiquei tipo P*** M****! Eu imediatamente me afastei, corri através de um grupo de mulheres bêbadas, os empresários confusos, e saí pela porta como se tivesse acabado de ter o pior pesadelo imaginável.
[…] Para este dia, eu acho que foi uma das melhores decisões que já fiz.
O ponto desta investigação sobre o comportamento de Richardson — que, espero, esteja apenas no início — não é para levar a algum tipo de cruzada contra o fotógrafo, mas para dar voz às muitas, muitas pessoas que, quaisquer que sejam as suas opiniões sobre seu trabalho ou seu talento, sejam objeto da forma como ele trata muitas das mulheres com quem trabalha — como potenciais recipientes para o pau dele. Em uma caça às bruxas, a bruxa é o inocente, mas Richardson, como qualquer predador, é um indivíduo poderoso que manipula e vitimiza os mais fracos. Quando eles falam contra ele, as pessoas tentam silenciá-los [eng]. A estrutura de poder protege-se a si própria. Mas por que o assédio sexual é tolerado? Como é que é “ousada” ou evidência de sua sensibilidade para a vida “criativa” falar de um endinheirado membro do estabelecimento com uma lista de clientes mais longa do que os cabelos do seu bigodinho ralo? Por que Richardson é o intocável?
E, mais importante: por que publicações como a Vogue americana e empresas como Prada, Gucci e H&M acham que um homem que não vê nada de errado com a interrupção da jornada de trabalho para manipular seus jovens modelos para realizar atos sexuais com ele enquanto seus assistentes olham, é digno de patrocínio continuado? E sobre esse comportamento, é louvável, Anna Wintour?"
Blanca Maris_147844