domingo, 7 de abril de 2019

Qual é o custo da roupa?

Boa tarde colegas,

Nas nossas aulas temos vindo a falar da indústria da moda, que recorre a um sistema de obsolescência percecionada através do lançamento de novas coleções, mais do que dezasseis vezes por ano, em países como os Estados Unidos. A verdade, porém, é que a produção e o consumo desenfreado de roupa originaram a segunda indústria mais poluente do planeta.

Como revela o documentário Litros de Roupa, da RTP1, no programa Linha da Frente de 17 de janeiro de 2019, a indústria de moda é, depois da agricultura intensiva, aquela que mais água gasta. DE referir também é a dependência dos combustíveis fósseis, pois, como vimos no documentário sobre No Logo, de Naomi Klein, a deslocação das fábricas para regiões como o Sudeste Asiático significa um aumento considerável de poluição atmosférica para transporte; isto para além do uso do poliéster, um derivado do petróleo.

Como é possível verificar na reportagem, há marcas que criam já alternativas para este tipo de problema, tornando a roupa biodegradável; contudo, os litros de água consumidos e a poluição causada continuam a ser um problema. Como podemos nós parar este problema? A resposta é simples, não cedendo ao convite de novas modas, mas inventando e recriando com criatividade as roupas que já temos!

É interessante ver que a marca de roupa que se encontra na reportagem vende, alegadamente, roupa biodegradável, demonstrando ter preocupações com o ambiente; porém, muda de coleção a cada 15 dias (é verdade, esta marca, no Colombo a cada duas semanas troca as roupas disponíveis!). "E o que acontece à roupa que não é vendida?" perguntamos-nos... na maioria das vezes é queimada.

Este problema que ocorre na indústria da moda já foi também retratado pelos criadores do movimento Minimalista, num documentário da Netflix,  com o nome de The True Cost. Felizmente há cada vez mais pessoas criativas que combatem este paradiga, reutilizando materiais como o plástico e criando roupa 100% biodegradável, como é o caso da marca suíça Freitag que produz roupas a partir de fibras que consomem muito menos água do que o algodão, como o cânhamo, por exemplo. Podem ver um pouco da história da marca e do processo de produção aqui:


Venho por este meio, mais uma vez, relembrar que nós temos um espírito crítico e possibilidade de escolha; por isso, apenas nos deixamos controlar se quisermos, está nas nossas mãos alterar a forma como agimos, de modo a causar um impacto no sistema,  porque, sim, temos agenciamento, basta querermos!

Bom resto de fim de semana, até quarta.
Micaela Henriques
Nº153621

1 comentário:

  1. Interessante ter partilhado este documentário, Micaela, pois eu mesma o tinha guardado para um post ;) É assustador perceber que uma simples T-shirt de algodão implica o gasto de 2700 litros de água. Relativamente à companhia Freitag, é também interessante ver como se preocupam em reduzir a pegada ecológica dos seus produtos através da contratação de fábricas próximas de Zurique, em vários países da Europa (adorei o detalhe das diversas línguas sem tradução!).

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