terça-feira, 30 de abril de 2019

Dia do Trabalhor

Olá colegas!


Como todos sabem, amanhã, dia 1 de Maio, comemora-se o dia do Trabalhador.

Contextualizando-vos, esta homenagem remete para uma greve no dia 1 de maio de 1886,  em várias cidades dos E.U.A. com cerca de 300 mil participantes (sendo que há estimativas superiores), com a finalidade de conquistar melhores condições de trabalho, especialmente a redução das horas diárias de trabalho. 
Como sabemos, a redução da jornada de trabalho acabou por ser aprovada pelos governos; no entanto, atualmente os trabalhadores continuam a lutar por melhores condições de trabalho.

Abordemos o caso de Portugal, um país onde os ordenados são miseráveis, onde se trabalha muito e se ganha pouco, onde muitas vezes as horas extraordinárias nem sequer são pagas, onde pessoas idosas tem reformas baixíssimas que mal dão para sobreviver com dignidade ou nem direito a reforma têm e, sobretudo, um país onde se está a tornar cada vez mais difícil arranjar emprego.

Em Portugal, tal como em muitos outros países no mundo, a precariedade no emprego é a norma, colocando em causa os direitos dos trabalhadores, desincentivando a formação e alimentando a política de baixos salários. A precariedade dá aos trabalhadores falsos contratos de prestação de serviços, isto é, recebidos verdes, sendo uma forma de trabalho temporário e incerto. Além disso, é um modo de explorar os trabalhadores, especialmente os mais jovens, sistematicamente contratados para estágios não remunerados.

Posto isto, devemos repensar os direitos e condições dos trabalhadores, visto que são cada vez menos respeitados. Não podemos continuar a permitir e a aceitar esta constante exploração, devendo continuar a lutar pelos nossos direitos.

Grata pelo tempo despendido!

Bom feriado e até sexta-feira.

Cláudia Rodrigues, 151250

Grupo 4 - Teaser

Alguma vez quiseste ter o poder de voar? Ou o poder de ter super força? 😄
Descobre como te podes sentir um super-herói no dia 3 de maio com o grupo 4.


Inês Fonseca, nº 153674
Viviana Parente, nº 153571
Nelson Carapuça, nº 153671
Maria Oliveira, nº 153688

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Grupo 1- Teaser

Entra no mundo mágico da Benefit e transforma-te!

   Queres saber como? Descobre no próximo dia 3 de maio!



Beatriz Silva nº151257
Carina Ferreira nº151930
Maria Figueiredo nº151225
Rita Cabrita nº151248



Hollywood e a comida falsa

Boa tarde colegas,
Hoje venho partilhar convosco a forma como diariamente somos enganados através das séries e dos filmes que assistimos no nosso tempo livre.
Tudo começou quando eu estava sentada no sofá lá em casa a ver um filme, em que havia uma cena cujo foco principal era um grande jantar. Dei por mim a questionar-me se aquela comida que aparecia no ecrã era verdadeira ou não. Devido ao realismo da mesma o meu subconsciente afirmava que sim; por outro lado pareceu-me tratar-se de um enorme desperdício de comida apenas para gravar uma única cena, num filme que dura apenas duas horas. Decidi ir pesquisar e confirmei o que já suspeitava — a maioria da comida utilizada nos filmes é um adereço e assim um mesmo bolo ou bebida pode ser usada várias vezes ao longo do filme, pois não tem prazo de validade. Se necessário pode até ser utilizado em diferentes filmes que nada tenham em comum. Mais, descobri ainda que existem pessoas especializados neste tipo de trabalho, recorrendo aos mais variados materiais para comporem as suas obras e fazê-las parecer o mais realista possíveis.
Porém, ao longo da minha pesquisa não pude deixar de me sentir um pouco enganada, pois apercebi-me de que aquela bebida que a personagem principal da nossa série favorita consome e que nós também ansiamos por consumir não é real e não passa de um pedaço de plástico. Comecei a refletir sobre tudo isto e apercebi-me que tudo se encontra ligado. Vejamos este exemplo, numa série de sucesso as personagens têm o hábito de consumir bebidas de uma determinada marca (por exemplo, nos filmes estado-unidenses isso é bastante visível com as bebidas vindas do Starbucks) e nós, ao vermos a série, também queremos consumir essas bebidas, pois assim ficaremos um pouco mais próximos do estatuto das personagens que tanto idolatramos. Claro que na prática estaremos apenas a beber uma bebida. Contudo, cada vez mais Hollywood vende a ideia de que no mundo real podemos ter algo que faz parte do mundo ficcional, através de ações quotidianas como comer. Quando um filme, uma série gravam as suas cenas num determinado sítio com um menu específico, os alimentos e o próprio espaço adquirem uma aura mundo ficcional, que nós poderemos partilhar, através do simples ato de comprar. As marcas que se associam a esta iniciativa têm o objetivo não só de se distinguirem das restantes concorrentes, como também de lucrarem com isso. Assim sendo, muitas vezes a comida e a bebida apresentadas nestas séries ou filmes são mais caras do que as suas congéneres (por exemplo, o café do Starbucks é sempre mais caro do que o café normal, embora sejam produtos semelhantes). A etapa final deste processo é o facto de através desta publicidade indireta feita nos grandes ecrãs de Hollywood cada um de nós ser incitado a comprar algo que lhe dará um estatuto, contribuindo assim para o processo capitalista. É importante relembrar que dei aqui como exemplo a comida, pois foi daí que surgiu a ideia para este post; no entanto, isto não se aplica só a comida, como também a roupa, acessórios, marcas de cigarro ou mesmo tintas para o cabelo, entre muitas outras coisas que podem aqui ser incluídas.
Termino deixando um vídeo que explica como é feita a comida falsa e mostra que mesmo a comida aparentemente consumida pode não ser real!


                                        

Obrigado por lerem😊
Inês Fonseca
153674

domingo, 28 de abril de 2019

Publicidade vs. Realidade

   Aproximando-nos do fim de um semestre em que foi possível aprofundarmos o nosso conhecimento do mundo publicitário, acredito que já não seja surpresa para ninguém que existe uma forte diferença entre o que é apresentado ao público através das imagens da publicidade e o que é, de facto, o produto oferecido.

   Neste sentido, o foco deste post serão os anúncios publicitários relativos a produtos alimentares. Os anúncios de comida com que as pessoas se cruzam diariamente, geralmente de fast food, contam com uma grande quantidade de truques que possibilitam a criação de imagens capazes de despertar o desejo dos consumidores. Evidentemente, trata-se de uma versão idealizada daquele que é o alimento real, tal como ilustra a seguinte imagem.


   O vídeo que se segue retrata alguns dos principais truques utilizados para a concretização destas imagens. É possível ver o contraste entre a imagem real e a imagem comercial de cada um dos produtos alimentares representados, assim como todo o processo envolvido na criação da publicidade. A verdade é que não deixa de ser uma execução bastante curiosa e interessante.

 
   Acredito que vídeos como este reforcem a necessidade de estarmos atentos ao mundo que nos rodeia e, principalmente, de questionarmos tudo o que vemos. É importante questionar e refletir sobre as imagens da cultura visual em que nos inserimos para evitar sermos alvo deste tipo de manipulações. Obrigado pela vossa atenção!

                                                                                                                             Daniel Bento - 151219

sábado, 27 de abril de 2019

'Manspreading'

Acredito que grande parte de vós já tenha ouvido falar do chamado manspreading, o fenómeno de os homens, ao sentarem-se em transportes públicos, abrirem demasiado as pernas, por vezes ocupando até dois lugares. Ora, por muitos esta atitude é considerada um exemplo da masculinidade tóxica; isto é, do homem em causa tentar mostrar que é “macho”, oprimindo a liberdade feminina. 

A primeira vez que eu ouvi falar deste termo, foi na FLUL, no segundo semestre do primeiro ano (2018, portanto). Esse meu colega tinha entrado numa turma de determinada disciplina, com uma professora que andava a falar disso nas aulas. E curiosamente, encontrava-se com receio, e com vontade de mudar de turma, pois sentia que ele, sendo do sexo masculino, e sendo mais velho do que todos os outros alunos (acima dos 30 anos), poderia vir a ser prejudicado, face à constante postura da professora. É aqui que se encontra o problema. Não tenho dúvidas de que o manspreading é real, e muitas vezes usado por pessoas que tentam compensar algo. No entanto, trata-se de casos pontuais. E em vez de perguntarmos a razão de tal acontecer, começamos a generalizar este ato, e a incitar ódio. E depois acontecem situações como esta acontecem ( já agora, reparem no teor pornográfico do título).

Eu decidi perguntar-me porque razão por vezes tenho vontade de ter as pernas abertas quando me sento, outras não. Por que razão a minha ideia generalizada e tradicional de um homem é a de o ver com pernas abertas (mesmo sem chegar ao extremo do manspreading), e das mulheres de  pernas fechadas ou cruzadas. Noutros termos, porque é os homens se encontram geralmente com uma postura corporal mais aberta do que as mulheres? Se começarmos a pensar desta maneira, em vez de partirmos logo para “o homem machista quer oprimir a mulher”, encontramos outra perspetiva para a situação, uma perspetiva que nos abre muito mais os olhos.

É sabido cientificamente que quando estamos relaxados, sem tensões, divertidos, presentes, o nosso corpo abre-se, expande-se; e quando estamos nervosos, ansiosos, tensos, o nosso corpo fecha-se (uma reação normal do corpo, como o expandir da caixa torácica, alongamento da coluna, entre outros exemplos). Assim, é normal que estando eu, indivíduo do sexo masculino, confortável e “bem com a vida”, adote uma perspetiva mais relaxada e aberta, o que pode significar que eu tenha as pernas mais abertas. Ora, se estiver mais nervoso, dependendo até da situação ou das condições que me são apresentadas, adotarei uma postura corporal mais fechada, que pode incluir fechar as pernas, ou cruzá-las. 

Como é que isto se traduz nos dois géneros, em contexto social? A noção geral é de que os homens se sentem mais à vontade no dia a dia, isentos de grande parte dos perigos que pairam sobre a mulher. De facto, desde muito cedo que as mulheres são aconselhadas a assumir comportamentos de modo a diminuir as hipóteses de serem molestadas. E isto é algo que muitos homens não têm presente, quer relativamente a mulheres que não conhecem, a amigas ou à namorada/esposa.  

Por exemplo, o National Sexual Violence Resource Center, numa das várias estatísticas constata: “One in five women and one in 71 men will be raped at some point in their lives”. Uma estatística alarmante e que dá que pensar. Penso, por exemplo, na minha primeira namorada, que foi assediada de dia numa paragem de autocarro, e apalpada à noite num bar, ou noutra amiga que também foi apalpada à saída de um bar. Na altura, uma pessoa pode pensar, foi algo pontual, foi mau e estúpido, mas foi algo pontual. No entanto, cada vez mais nos vamos apercebendo de que estas coisas são uma constante que atormenta as mulheres há séculos. A preocupação constante de não ir por aquele lado porque está escuro, de não ir a tal sítio por ser perigoso, de não usar determinado vestido (que adoro!) porque pode incitar algum homem a ter um comportamento violento. E assim nós homens cada vez mais nos apercebemos, pois, de que a nível mais ou menos consciente as mulheres vivem em permanência com a assustadora ameaça de serem violadas, porque a nossa sociedade não respeita os seus corpos.  

Porém, apesar de este facto ser incrivelmente horrível, não acredito que seja através de generalizações e da incitação ao ódio que alguma coisa poderá mudar. Porque o problema de generalizar é que torna fácil o ataque aos movimentos feministas bem-intencionados. Seguido o vídeo desta ativista russa, vieram reações por parte do governo onde defendiam a criminalização do Feminismo, como podem ver aqui.

quem defenda que talvez tenha sido o próprio governo a fabricar este vídeo de propósito não só para esta descredibilização, mas para nos manter em conflito, para não trabalharmos juntos para o mesmo objetivo. Falso ou não, conseguiu incitar as respostas violentas contra o feminismo, que referi anteriormente, e mesmo contra a ativista em si.


Em suma, a generalização é um ato bastante perigoso, e que pode levar ao preconceito e a ataques não só a homens (como parece ter sido o caso documentado no vídeo em questão) e a mulheres, como aos próprios movimentos feministas bem-intencionados. Este tipo de generalizações gera violência e ódio. Em vez de generalizar, e começar a anunciar que todo os indivíduos do sexo masculino são maus, que fazem todos manspreading, ou seja, criar conflito entre os dois sexos, mais divergência, devemos focarmo-nos nas razões de as coisas serem assim e de as mulheres se sentirem tão ameaçado no seu quotidiano, e, sobretudo, naquilo que poderemos fazer para ajudar. Juntarmo-nos para lutar por uma sociedade de igualdade, onde ser homem seja a favor da igualdade e da justiça, reconhecendo os dilemas que afetam o sexo oposto e intervindo sempre que vê ameaças à segurança das mulheres ao seu redor. Ou, talvez utopicamente, para que se crie uma sociedade onde não haja necessidade de heróis, onde as mulheres se sintam seguras para levar a sua vida e serem elas próprias.

António Santos 150381 

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Grupo 9 - Teaser


O que te acompanha em cada momento da tua vida?

O que não pode faltar numa mesa cheia de amigos ou num festival de música?

O que é que tem 92 anos e continua a fazer parte dos melhores momentos dos portugueses?


Já adivinhaste?



                                                      Dia 3 de maio vem brindar connosco,
                                                                             Contamos com a tua presença!







                                                                                                 Maria Ferreira, nº151235
                                                                                               Joana Mateus, nº154277
                                                                                             Ana Delgado, nº153187
                                                                            João Malhoa

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Restaurador Olex

Estou atualmente a fazer uma pesquisa acerca do racismo em Portugal e recordei-me do anúncio ao Restaurador Olex, que passava na televisão portuguesa nos anos 1950 e 1960. Em pleno Estado Novo a publicidade começa com a seguinte afirmação:"Um preto de cabeleira loira ou um branco de carapinha não é natural. O que é natural e fica bem é cada um usar o cabelo com que nasceu. Usando diariamente Restaurador Olex dá ao seu cabelo a sua cor primitiva. Restaurador Olex".

Num primeiro momento, podemos achar o anúncio inocente, sem maldade e, até mesmo, engraçado... Todavia, se nos centrarmos na política colonial das décadas de 1960/70, conseguimos descortinar, logo na primeira frase, não só uma enorme carga racista, mas também o modo como os portugueses da metrópole olhavam para os povos colonizados: "Um preto de cabeleira loira...", logo aqui temos uma enorme carga negativa e racista face aos colonizados durante a Guerra do Ultramar. Fiz esta leitura... Poderão vocês dar-me a vossa?

Ricardo Falcato, 110789

'Ways of Seeing', John Berger

Boa noite colegas.

Estando a rever a matéria para o teste de amanhã, lembrei-me de partilhar convosco o link do episódio 4 da série Ways of Seeing, de 1972. Curioso notar alguns pontos:

1) Como a publicidade não pretende vender um produto, mas uma forma de viver;

2) Como as nossas vidas serão  miseráveis devido à ilusão de falta/ausência criada pela publicidade;

3) Como a publicidade imita a arte dos séculos precedentes, nomeadamente a pintura a óleo, procurando criar credibilidade e um efeito de tangibilidade. Apesar das semelhanças entre a publicidade e a pintura a óleo aqui apontadas, convém ter em conta que, ao longo desta obra, John Berger nos chama também a atenção para as diferenças entre ambas — enquanto a pintura a óleo pretendia retratar a riqueza e os bens de quem a mandava fazer, a publicidade, por seu lado, mostra-nos, a nós consumidores, não aquilo que temos, mas o que deveríamos ter de forma a obtermos uma vida completa.

Boa sorte a tod@s amanhã.

Ricardo Falcato, 110789

Portugal, sem plástico?


Boa noite colegas!

O tema que venho aqui partilhar com vocês já deve ser do conhecimento da maioria, no entanto, achei pertinente refletir um pouco sobre ele.
Ao que tudo indica, a União Europeia chegou a acordo para a implementação da lei que irá proibir o uso de alguns plásticos de utilização única como cotonetes, palhinhas, talheres, pratos ou copos. Este acordo necessita, ainda, de ser ratificado, mas espera-se que esteja tudo preparado até ao fim deste ano para que, desta forma, o plano possa entrar em prática ainda em 2021.
Este ato legislativo fará com que os sacos de plástico usados na maioria dos hiper e supermercados acabem por desaparecer. Para quem não sabe, os sacos de plástico oxo-degradáveis não se degradam facilmente, pelo contrário, fragmentam-se em pedaços muito pequenos, contribuindo para a poluição dos oceanos, e não só…
Portugal decidiu antecipar-se a esta medida, tentando implementá-la ainda em 2020. Não se esta sabe se irá, verdadeiramente, entrar em vigor a 100%, e, apesar desta diretiva, eu continuo indignada e preocupada com o aumento da produção e utilização de plástico.
São cada vez mais as famílias e até as pessoas que quando vão às compras optam por sacos de ráfia e sacos de pano (conhecidos como “amigos do ambiente”), ou que fazem reciclagem em casa, incutindo essas regras aos filhos. Se esta lei for, realmente, posta em prática irá haver grandes mudanças (positivas espero). 
Sendo assim, neste momento, a maioria deve estar a questionar-se porque continuo eu preocupada com esta situação. Passo a explicar. Apesar de este aumento de consciencialização, há pequenas e (in)significantes coisas de que a maioria das pessoas nem se apercebe. Ora, pego em alguns exemplos bastante comuns e descritivos, não é a primeira vez que, quando estou num hipermercado, me deparo com pessoas que para levarem um cacho que bananas usam um saco de plástico. Também é recorrente, por exemplo, a maioria das pessoas vir de um talho, chegar a casa e deitar no lixo o saco de plástico onde veio a carne por este ter algumas gotas de sangue. Estes comportamentos levantam algumas questões, entre elas, será que as pessoas quando querem comer uma banana também comem a casca e será que os sacos de plástico não se podem lavar?
Honestamente, tenho por hábito reutilizar todos os sacos de plástico que trago para casa. Será que é preciso a publicação de uma lei que proíba, finalmente, a utilização de sacos de plástico para que as pessoas se apercebam de como o plástico é no quotidiano algo praticamente dispensável? A questão nem tem que ver diretamente com a utilização do plástico, mas, sim com a noção de que não precisamos de pegar num saco de plástico para tudo ou, até mesmo, deitá-lo fora pelo mínimo motivo.
Como a maioria de vocês, espero mesmo que esta ideia vá em frente, no entanto, há que ter a noção de que será algo muito difícil, tendo em conta que, atualmente, muitas das coisas que utilizamos são feitas de plástico.

Marine Soares, 149416

Publicidade a alimentos para crianças


                                            
Boa tarde, colegas!

Na passada terça-feira, dia 23, foi publicada em Diário da República a lei que aprova restrições à publicidade a alimentos nocivos para a saúde, dirigida a menores de 16 anos. O veto surgiu três anos após esta proposta ter sido apresentada pelo PAN, PS e PE, segundo o jornal Público.

Desta forma, a partir do próximo dia 23 de junho, a publicidade a bebidas com altos valores energéticos, com sal, açúcar ou gorduras passa a ser proibida não só no interior de estabelecimentos de ensino pré-escolar, básico e secundário, mas também num raio de 100 metros destes locais. Mesmo assim, as restrições não se ficam por aqui: este tipo de publicidade passa a estar também interdito em parques infantis e em atividades culturais e/ou desportivas em que participem menores de 16 anos.

Além disso, o alcance desta proibição estende-se também aos diferentes media: esta mesma lei aplica-se igualmente a programas televisivos (nomeadamente os que possuem um mínimo de 25% de audiência inferior a 16 anos) e de rádio (nos 30 minutos antecedentes ou procedentes a programas infantis). Por sua vez, este tipo de publicidade também deixa de ser possível nas salas de cinema com filmes destinados a menores de 16 anos, assim como nas redes sociais e aplicações destinadas à mesma faixa etária. Da mesma forma, não podem também ser usadas nos anúncios publicitários figuras e mascotes relacionados com programas infantis, de modo a tentar conquistar este público-alvo.

Por outro lado, mesmo com a entrada em vigor desta lei, permanece isenta de restrições a publicidade nos estabelecimentos comerciais, bem como em toldos ou em letreiros. Embora entre em vigor dentro de dois meses, conforme referi acima, esta medida ainda terá de ser regulada por despacho da Direção-Geral de Saúde, que por sua vez fixará os valores energéticos considerados elevados.

Na eventualidade de esta medida ser transgredida, os infratores serão penalizados com multas cujos valores oscilam entre 1750 euros e os 45 mil euros, sendo que a fiscalização está sob o cargo da Direção-Geral do Consumidor.

Posto isto, vale a pena pensar na forma como somos constantemente bombardeados por anúncios publicitários por todo o lado. Pensemos no simples (e eventualmente curto) percurso que alguém percorre desde que sai de casa até chegar ao seu destino, neste caso um estabelecimento de ensino em em como a quantidade de mupis e de outdoors é avassaladora, sobretudo nos meios urbanos. Mais do que isso, muitos dos anúncios apresentados estão relacionados precisamente com este tipo de alimentos nocivos para a saúde dos mais novos: basta pensar em anúncios da marca Bollycao, Burger King, entre outros. Muitas crianças e muitos jovens são bombardeadas por este tipo de “tentação” a toda a hora, ainda por cima em sítios que frequentam todos os dias, como as escolas (thumbs up – ou direi thumbs down? - para a marca, ao escolher estrategicamente o local onde publicitar o seu produto) e muitos deles nem sequer têm a noção dos perigos para a sua saúde implicados pelo consumo contínuo daqueles alimentos. Por estas razões, julgo que a medida acima referida é positiva e acho importante que se proíba a colocação de mascotes de programas infantis neste tipo de anúncios publicitários, visto que, muitas vezes, a criança acaba por querer consumir um determinado produto pelo simples facto de gostar dessa mascote/figura e não necessariamente por gostar do produto em si.
E vocês, concordam com esta lei? Qual é a vossa opinião?

            Obrigada desde já pelo vosso tempo. Bom estudo!

Carina Ferreira 151930
Estudos da Cultura e Comunicação

Celebridades_verdade ou ilusão?


Tanto a publicidade como uma parte dos influencers e das pessoas relacionadas com o mundo do espetáculo, nomeadamente de Hollywood, levam-nos, a nós consumidores, a acreditar que está sempre algo de errado connosco e que a nossa vida não é tão perfeita quanto a dessas figuras públicas. No entanto, este mundo tão mágico que nos querem vender, através das fotos do Instagram, por exemplo, na maioria das vezes não transmite a realidade.

Falemos de atores de Hollywood, que vendem não só um ideal de vida como também o Sonho Americano. Existem casos públicos que mostram que mesmo quando as celebridades estavam a passar por momentos complicados a nível pessoal, nas redes sociais e/ou nas promoções de filmes continuavam a ser apresentados como tendo uma vida perfeita — feliz, saudável, rica, cheia de amor.
Tudo isto provoca nos consumidores um sentimento de tristeza e, por vezes, até de depressão, por acharem que, em comparação com estas estrelas, nas quais se inspiram, as suas vidas não são tão interessantes nem tão felizes.  Daí estas pessoas tenderem a consumir os produtos publicitados por estes atores, crendo que deste modo poderão vir a alcançar a felicidade que eles irradiam.

O pior de toda esta situação é que os consumidores sabem que a vida dos famosos não é um “mar de rosas”; no entanto, resolvem ignorar isso e adquirir o produto na mesma, por este estar a ser publicitado por personalidades que admiram.

Resto de bom estudo e até amanhã!
                                                                                                                              Rita Cabrita nº 151248
                                                              

terça-feira, 23 de abril de 2019

Novo 25 de Abril




Comecei a descontar para a “caixa” em 2003, assim que deixei de estudar e agarrei o primeiro emprego que me apareceu. Na altura, era gerente de livrarias, e muito mais bem pago do que hoje em dia, mas enfim, o pessoal precisa de comer e tem contas para pagar no final do mês. Comecei a trabalhar, com descontos, aos 22 anos, mas antes deitava mãos a tudo.
Aos 15 anos tive o meu primeiro emprego, numas férias. Trabalhei durante duas semanas numa colónia de férias que, então, já me pagava 20 contos de réis por duas semanas de trabalho a meio tempo. E daí para cá nunca mais parei. De operário fabril (sim, sem qualquer vergonha; se um homem – garoto – tem músculos há que trabalhar, saber dar valor à vida) até caixa de supermercado e repositor, sempre trabalhei e estudei para ter dinheiro para o cigarrito.
Há 13 anos, quando deixei a faculdade, trabalhei como livreiro, mal pago e maltratado. No fim de contas o que interessa é galinha gorda por pouco dinheiro. Que interessava ganhar menos do que o ordenado mínimo, afinal era tudo por amor à camisola, tudo por um bem maior, c’est à dire, a arte. Assim foi durante estes anos, nos quais o que encontrei em comum, de patrão para patrão, foram pequenos déspotas que se valiam de recém-formados para continuar a alimentar a gorda máquina do capital.
Mas bom, uma pessoa cresce. Já não se satisfaz com uma sandes de torresmo ou duas semanas na Costa da Caparica. Bolas, estudei tanto, de algo há-de valer. Procura aqui, procura ali, currículos à esquerda e à direita e eis que surge um trabalho em condições. Trabalhamos por turnos, não temos direito a natais ou anos novos (essa invenção capitalista), mas até parecem simpáticos, até nos dão 13.º mês e seguro de saúde. O melhor é aceitar, dizer que sim. Afinal, sempre há patronato em condições.
Só que não. Apenas nos acenam com meia dúzia de tapa-olhos. Quanto a nós, mais não somos do que carne para canhão. Um dia somos uma pessoa, com vida própria, direitos e deveres, como de um momento para o outro nos tornamos apenas num número… São agora maus – abrenúncio –, com um aumento de 50 euros ao longo de 6 anos e da efetividade ao fim de 5, queixo-me para e porquê?
Não pode ser assim tão mau. E não é, de facto, se para tal disser ámen a tudo e for uma “Maria-vai-com-as-outras”. Brio profissional? Isso é coisa de comunistas. O que interessa é dizer sempre que sim e deixar-se ir, qual cambada de carneiros.
A geração que me precedeu foi apelidada de “geração rasca”. A minha é rasca, à rasca e com as calças na mão. E não nos podemos virar a ninguém, a consciência política é para os outros, para os crescidos. Esquecemos, porém, que os crescidos, os nossos pais e avós, já fizeram a sua parte. Agora somos nós, é a nossa vez. Enquanto os nossos antepassados lutaram contra a P.I.D.E. e contra o senhor das botas, cabe a nós lutarmos agora contra a abjeta máquina do capitalismo. Dúvidas há em relação a isto? Percam um pouco de tempo e reparem nos milhares de jovens explorados em “call centers”, supermercados e outras macacadas capitalistas, que nos sugam a saúde, a juventude, os sonhos…
«25 de Abril sempre, fascismo nunca mais.» Mas, cuidadinho, este que tal, o fascismo, anda aí, mascarado de democracia, passando-se por cão manso, que à primeira hipótese morde. Fascismo nunca mais; capitalismo explorador jamais. Chega de cruzar os braços e vamos à luta. Já comecei a minha, e tu?

Ricardo Falcato, 110789