Tendo em conta uma publicidade recente que gerou muita polémica (ao detergente chinês Qiaobi), deixo este vídeo feito há alguns uns anos. Trata-se também aqui de uma "lavagem" da pele/etnia.
Um homem branco de meia idade aparece com ar desleixado, em roupa interior, tentando cativar a mulher, que se dedicava às tarefas domésticas (área reservada à mulher, no contexto patriarcal reproduzido pela publicidade, numa dicotomia clara entre feminino e masculino). Quando o clímax da publicidade acontece, a mulher coloca o homem "branco" na máquina e lava-o. Ele sai da lavagem sendo uma nova pessoa. Uma pessoa mais jovem (ideal da juventude eterna, basta uma lavagem e fica-se jovem), com um corpo esbelto e atlético (ideal do corpo perfeito) e sendo "negro". Este "negro" pode-se associar ao nome da marca"Coloreia" que por sua vez se liga à palavra "cor".
Podem-se aqui levantar algumas questões. Se é racismo um homem "negro" / sujo sair da máquina de lavar como um homem "asiático" / limpo ... não será racismo também um homem "branco" / sujo sair como um homem preto / limpo, esbelto e muito atraente?
Não concordo com a estratégia destes anúncios, no entanto, a polémica que geram é capitalizada pelas marcas. No meu caso, confesso, nem sabia que tais marcas existiam...
Jéssica Oliveira nº145636
Esta publicidade parece tentar transmitir a ideia comum de que "algo esta de errado com o teu corpo" ou neste caso com o corpo do teu parceiro. Pelo facto do 1o homem não ter a aparência ideal de acordo com os estereótipos, ele têm de ser transformado. Esta publicidade retrata também uma imagem fútil da mulher que parece preocupar-se apenas com as aparências.
ResponderEliminarTal como a Jessica, não sei se a estratégia surtiu ou não efeito. Mas é sem dúvida uma publicidade que se baseia na ideia de que um dos valores mais importantes da nossa sociedade é a aparência. Será verdade?
Diana Teixeira 51945
Vejam o meu comentário ao anúncio em questão: http://culturvisflul.blogspot.pt/2016/05/anuncio-racista-qiaobi.html
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