quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Dolphin Project and The Cove

Escrevo este post para falar de um projeto que apoio e defendo — o Dolphin Project—, para que tenham conhecimento dele. Como temos observado nas aulas, tem existido um grande descuido por parte dos humanos no que toca à natureza e aos animais. Habitamos a Terra como se ela fosse propriedade nossa da qual podemos usar e abusar sem pensar nas consequências dos nossos atos. Refiro-me ao caso particular dos golfinhos.

Os golfinhos são dotados de enorme inteligência. Estes seres magníficos conseguem compreender-nos mas nós não os conseguimos compreender. Salvam vidas humanas e o que é que lhes dão em troca? Capturam-nos e escolhem os mais bonitos para viverem uma vida curta e horrível em cativeiro. Os outros? São chacinados sem piedade. Não tinham conhecimento disto? Não são os únicos. A maior parte da população visita espetáculos de golfinhos sem ter a mínima ideia do que se passa por trás da cena. Eu era uma dessas pessoas; na verdade, até o fundador desta organização fazia parte deste grupo.


Ric O’Barry era tratador de golfinhos e em 1963 foi contratado para capturar e treinar golfinhos para o famoso programa televisivo Flipper. Na sua convivência diária com golfinhos O’Barry percebeu que estes animais, tal como muitos outros, não são felizes em cativeiro. Desde então, tem lutado pela sua liberdade e proteção, expondo a monstruosidade que acontece no Japão.



De facto, o governo japonês é o maior causador da morte de golfinhos no planeta. O número é tão elevado que tem de se esconder do resto do mundo. A área (designada como "the cove") na qual isto acontece foi estrategicamente escolhida para que ninguém consiga ver. A carne de golfinhos, além de ser altamente prejudicial para a saúde devido à elevada percentagem de mercúrio que possui, é vendida no Japão sem que os seus consumidores saibam o que estão a comprar.

Os golfinhos são animais únicos. Eles têm radares super apurados, viver num aquário é o mesmo que para um humano viver numa sala toda espelhada. Não se deixem enganar pelo ar sorridente dos golfinhos, uma grande parte dos que vivem em cativeiro têm depressões. Estas depressões são escondidas ao público pela quantidade enorme de anti-depressivos colocados no peixe que lhes é dado, e mesmo assim um grande número de golfinhos comete suicídio. Sim, suicídio. Cada fôlego de um golfinho é um ato pensado, ao contrário do que sucede com os seres humanos, que respiram involuntariamente.
E por isto convido-vos a ver o documentário The Cove, de Ric O’Barry, e a visitarem o site. Façam parte desta causa. Vamos ajudar a mudar esta situação, protegendo uma das espécies mais sábias que connosco partilham o planeta Terra.



 “We’re their biggest threat and their only hope.”





Deixo aqui o link para o site do Dolphin Project. E para o documentário The Cove

Erica Fialho

2 comentários:

  1. Cara colega Erica,

    Conheço infelizmente (indirectamente) a realidade da matança anual de golfinhos. É uma tamanha atrocidade, apenas quase para entretenimento.
    A carne de golfinho não é só vendida as escondidas, como também tem um valor altissimo no mercado. Apesar de diversas tentativas de dissuasão para esta pratica, foi tudo sem efeito directo. Todos os anos decorre esta matança, todos os anos tentam esconder de todos, principalmente de turistas, jornalistas etc. "É tradição " dizem eles. Triste realidade.

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  2. Grata, Érica, pela sua partilha e pelos links (o documentário está agora bloqueado, por questões legais, dizem). De facto, conhecer é um primeiro passo para agir e alterar a realidade que nos rodeia. Eu também amo golfinhos e vi-os livres algumas vezes em mares distantes. Agora estão a voltar às águas do Tejo. Saibamos nós protegê-los e dar-lhes as boas-vindas, para que nos possam continuar a curar, com a sua sabedoria.

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