Bom dia a todos,
Encontrei no Facebook este vídeo partilhado
intitulado por 'guerra dos sexos', ou 'homens versus mulheres', seguido de
vários comentários de indivíduos de ambos os sexos em cujas entrelinhas se
podia verificar perfeitamente os estereótipos generalizados sobre o 'papel' ou gostos da
mulher e do homem.
A publicidade incide sobre uma batalha (ridiculamente) apocalíptica,
onde mulheres e homens entram em confronto através dos seus hobbies, objectos
ou ‘categorias’ sobre o que alguém do sexo masculino ou feminino devia
apreciar. Os homens gostam de golfe, bolas de futebol, carrinhos
motorizados, revistas masculinas, etc.; as mulheres gostam da sua mala, de cãezinhos (a
raça Chihuahua é normalmente associada ao estereótipo de mulher, não sendo um
cão ‘masculino’). Também reparei que ao longo do vídeo são mostrados mais objetos
funcionais no lado masculino, como a guitarra elétrica e os computadores, enquanto as mulheres brincam sobretudo com acessórios de moda, como os óculos de sol, etc.
O anúncio chega ao fim num ambiente
de tréguas ("well, at least for Sunday") porque o jornal The Mail on Sunday afirma ter uma amplitude
que satisfaz os dois sexos.
Na minha opinião, acho que este anúncio seria muito mais feliz se
se focasse no sexo como um espectro, em oposição ao ‘caro e coroa’ dos sexos,
em que o futebol é para os homens e ter cãezinhos pequenos é para as mulheres.
O que é vocês acham?
Bom sábado,
Hannah Santos
De facto, como a Hannah sugere, a associação das mulheres a objetos frívolos, ligados à auto-imagem e às convenções de apresentação da moda, indicia que o papel máximo deste grupo de pessoas é ser bonita, enquanto os homens podem gastar energia noutras questões. Por outro lado, a insistência na rivalidade como o único modo de relação possível entre os géneros estimula a agressão latente na organização social.
ResponderEliminarÉ sexista e supérfluo, é o ideal para a publicidade. É perfeito para a reação das meninas "Ahah eles com as suas brincadeiras infantis" e dos meninos "Ahah elas com as suas malas e os seus cachorros!". E no final, apesar do anúncio ser para promover o Sunday Mail, eles continuam a ler as revistas... Does not compute (só se eles querem manter no público o "Eu identifico-me com isto" até ao fim e não "estragar" com ler o jornal (porque NINGUÉM lê o jornal) mas assim como é que depois vendem? A imagem do jornal fica associada ao anúncio e as pessoas compram por causa de um anúncio em que não foi feita qualquer referência ao jornal? Zis is very strange!)
ResponderEliminarps: "Madam, I'm Adam!", Hannah, o teu nome é um palíndromo. Deves ouvir isto montes de vezes
-André Graça
Penso que este anúncio ao exagerar ao nível do ridículo a "guerra dos sexos" é bem conseguido e até humorístico, independentemente das incongruências que se possam encontrar. Se pensarmos que é um anúncio local dirigido especificamente ao ingleses e tendo em conta o seu tão afamado sentido de humor, ironia e sarcasmo, talvez repensemos a nossa leitura. É importante ter em conta as idiossincrasias culturais também.
ResponderEliminarSim, a "British com." é certamente um modelo interpretativo a evocar. No entanto, se fizermos uma leitura com um enquadramento mais lato, apercebemo-nos de que o enredo deste anúncio aponta para formações ideológicas mais amplas da sociedade contemporânea.
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