domingo, 5 de outubro de 2014

A face implícita da Publicidade


Boa tarde,

Hoje venho partilhar algumas das minhas reflexões relativas ao último capítulo de Way of Seeing, de J. Berger, analisado em aula (cap. 7) e relativas também  à primeira parte de Introduction to Multimodal Analysis.
A ideia que mais me chamou a atenção foi o facto de que a publicidade, ao vender produtos que, supostamente, irão melhorar a vida de quem os compra, rouba de certa forma a auto-confiança dos mesmos. A razão para isto é muito simples. Ao pensarmos que é esse dado produto (independentemente de ser um carro, peças de vestuário, perfumes, relógios, produtos de depilação) que nos vai permitir atingir os nossos objectivos e, principalmente, a tão desejada felicidade, ficamos então, completamente dependentes dele. Isto significa que deixamos de confiar em nós como "agentes da felicidade" e como indivíduos capazes de lutar pelos nossos sonhos, para nos tornarmos consumidores cujo valor e capacidade de atingir o sucesso reside apenas na aquisição do tal produto. O autor explicita: "the publicity image steals her love of herself as she is, and offers it back to her for the price of the product" (número de página da citação?).

Esta ideia é, do mesmo modo, acentuada na primeira parte de Introduction to Multimodal Analysisno, no seguinte excerto: "through lifestyle magazines like Cosmopolitan, advertisers have a vested interest in women seeing themselves as powerful not through acting to change society but through buying products that are loaded with the meaning of power" (número de página da citação?).

Assim, a face implícita da publicidade parece ser a de viciar as pessoas na compra dos produtos miraculosos que lhes possibilitam o alcance da felicidade plena, com o objectivo de lhes retirar a sua  independência e confiança e de as prender ao sistema capitalista fraudulento em que vivemos. Pessoalmente, considerei esta ideia muito relevante e CHOCANTE, no sentido que nem sequer nos apercebemos destes métodos publicitário, responsáveis, efectivamente, pela diminuição da nossa felicidade e auto-confiança.
E vocês, o que acham???

                                                                                                     José Miguel Pinto

3 comentários:

  1. Por isso vários autores dizem que a publicidade cumpre não só a função de alimentar a máquina de produção neoliberal (guiada pelo constante aumento do lucro) como também de controlar a população, cuja energia é desviada da esfera da ação política para a esfera do consumo.

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  2. Claro,eu concordo completamente que a publicidade rouba a nossa auto-confiança. Para mim, a publicidade é só constituída para isto - para baixar a nossa auto-estima e eleva-lá com compras de certos objectos.

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  3. Partilho a mesma opinião. Sem nos apercebermos a publicidade retira-nos a felicidade e auto-confiança. Quando pensamos "Boa! Vou ter este carro topo de gama e vou ser o maior" estamos a perder uma parte da nossa identidade. Acho que acabamos por nos tornar controlados e consumistas.

    Jessica Lemos

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