Confessions of a Shopaholic é uma
comédia romântica baseado no romance de Sophie Kinsella. Rebecca Bloomwood
(insere o nome da actriz), para os amigos Becky Bloom, a protagonista, é uma jornalista com um vício enorme: é louca por compras. Becky gasta
todas as suas finanças em roupas. Uma mulher cosmopolita que possui mais de dez cartões de créditos, progressivamente rejeitados, à medida que o filme decorre.
Bloomwood perde o emprego e acaba por ir trabalhar para uma
revista de finanças, como colunista. O filme segues as desventuras de Becky até que uma sequência de eventos
humilhantes e constrangedores a leva a ingressar numa versão dos AA, os
Shopaholic Anonymous. Durante todo o filme a protagonista é seguida por um
cobrador de dívidas, Derek Smith (insere o nome do actor). A protagonista
consegue uma catarse no final do filme, ao vender os seus bens supérfluos e
ao pagar tudo o que deve, vingando-se do cobrador através de um esquema curioso (não quero aqui fazer um spoiler).
Este filme dá-nos, sem dúvida, algo para
reflectir, pois, entre gargalhadas, chegamos à conclusão de que, de facto, acabamos por comprar
mais do que devemos. De uma forma ligeira e bem humorada, o filme consegue fazer uma crítica pertinente e
incisiva à sociedade de consumo, mostrando o que acontece a muitas famílias que se endividarem.
Tal como
James Elkins refere, em The Object Stares Back: On the Nature of Seeing, quando vamos às compras caçamos e somos caçados. Os
outdoors e os cartazes espalhados pelas ruas conseguem provocar em muitos de nós
um frenesim de compras, que nos soterram em coisas supérfluas. O filme ilustra na perfeição quanto nos sabotamos a nós
próprios quando nos tornamos vítimas da publicidade. De facto, ao adquirirmos
coisas que não são necessárias, acabamos por excluir aquilo que realmente
importa. Uma mala, um casaco, uma noitada entre bares, muitas vezes custam
apenas o suficiente para que, na longa caminhada até ao final do mês, já não
possamos passar uma tarde com os amigos, ou até pagar alguma emergência. Qualquer filme pode ser entretenimento e ter uma lição.
Por mais simples que um filme pareça, se escolhermos ver, em vez de olhar
apenas, conseguimos sempre discernir nele algo de valor. Assim, espero que, caso decidam ver este filme, consigam também ver algo
para além de uma simples comédia de Hollywood, e que partilhem o que o ecrã vos
mostrou. Para terminar, deixo uma frame com uma citação da protagonista, que põe por
palavras tudo aquilo que existe de errado com as comunidades consumistas.
Sara Meess, nrº47160
Grata pela partilha, Sara. De facto, o género da comédia romântica repete uma série de clichés que são algo perturbadores, para quem não é fã deste tipo de filme. Foi para mim difícil seguir Becky até ao fim, mas compreendo a importância da mensagem transmitida. A personagem parece ter conseguido superar uma tendência para a frivolidade e escolher a verdade um estilo de vida mais verdadeiro e de acordo com valores humanistas. Por sorte ainda acaba com o milionário! Esperemos que não volte a consumir desenfreadamente, agora que terá cartões de crédito à disposição ;)
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