O Inglês é, de momento, a língua franca entre a comunidade científica a nível mundial; daí que, num contexto académico, seja esperado que os alunos tenham competências de leitura que lhes permitam compreender a bibliografia proposta. No entanto, duas alunas já comentaram ser difícil para elas seguir os textos de apoio; daí ter optado por apresentar esta versão do excerto para comentarem — por favor, sempre que possível, trabalhem a partir do original.
As indústrias publicitárias ocupam uma importante posição mediadora
entre o consumo e a produção, a arte e as mercadorias, as formas simbólicas e
materiais. Os anúncios comerciais podem, de facto, ser considerados uma das
formas culturais dominantes nas sociedades capitalistas contemporâneas. Mesmo cabendo
aos consumidores descodificar, selecionar e traduzir para as suas realidades os
sentidos promovidos pela publicidade, é-lhes difícil ignorar as mensagens
publicitárias, incluindo aquelas que possam considerar embaraçosas ou
ofensivas. Se o público fica fascinado ou ofendido, é porque, ao tentar cumprir
a sua função comercial, a publicidade acaba por desempenhar uma função
ideológica. Por exemplo, a publicidade usa diversas visões de masculinidade e de
feminilidade apenas para tornar os seus produtos mais apelativos, mas deste
modo contribui para propagar — ainda que involuntariamente — essas mesmas visões.
A função ideológica da publicidade revela a sua ambivalência: na verdade, as
imagens publicitárias não só promovem perspetivas sobre identidade, família,
género, raça, etc., que servem para reproduzir as hierarquias culturais e
consolidar as diferenças sociais, mas também, especialmente com o
desenvolvimento de uma cada vez maior diversidade de nichos de mercado, se
tornam um espaço de circulação alargada de imagens minoritárias, marginais e
até subversivas. Em paralelo, a publicidade promove o consumo enquanto modo de
vida, mas também acomoda uma pluralidade de imagens que definem o consumo e
mostram os seus efeitos nas pessoas e no mundo. Estas imagens podem vir a
refletir a natureza discutível da comercialização e novas visões do consumidor.
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