domingo, 3 de março de 2019

Ativismo visual

Os elementos visuais sempre cumpriram uma função comunicativa na cultura, em especial desde que os meios de comunicação em massa começaram a difundir milhares de mensagens, seja de teor publicitário ou político.

Em Portugal, devido aos 40 anos em que vivemos sob o regime ditatorial do Estado Novo, observamos o aparecimento de campanhas de consciencialização sobre a temática LGBTI sobretudo no final dos anos 1990. A informação sobre esta comunidade cresceu consideravelmente entre 2000 e 2010, ano em que foi aprovada a lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

De forma a celebrar o Dia Internacional do Preservativo, a 13 de fevereiro, a Associação de Estudantes da FLUL associou-se ao GAT-Espaço Intendente (associação de ativismo, luta, esclarecimento e combate às doenças sexualmente transmissíveis, nomeadamente o VIH), lançando a campanha «Leva o amor a sério», que convidou os alunos da nossa faculdade a fazerem testes de despistagem de doenças sexualmente transmissíveis.
O cartaz alterna várias tonalidades de rosa, remetendo-nos para o amor — quer para as relações ditas “padrão”, i.e., heterossexuais, quer para o amor entre pessoas do mesmo sexo. No cartaz observamos dois rostos dos quais não conseguimos discernir os sexos, trocando entre si as siglas IST’S, remetendo a Infeções Sexualmente Transmissíveis.
O título da campanha — «Leva o amor a sério» — alude ao amor romântico, e sobretudo, à uma vertente sensual / sexual, com todos os riscos que daí podem, nomeadamente a transmissão de doenças. A meu ver, para completar a frase da campanha compô-la-ia da seguinte forma: «Leva o amor a sério, pois amar é cuidar».
Cresci nos anos 1980 e 1990 e perdi muitos amigos, ídolos do meu imaginário infantil e adolescente devido ao VIH, sobretudo pela falta de informação. Por isso acho louvável este tipo de ações, que pretendem levar informação às camadas mais jovens da população.

Ricardo Falcato Lopes, 110789

1 comentário:

  1. Grata pela partilha, Ricardo. De facto, por vezes em momentos íntimos vividos sob a intensidade da paixão, perdemos a cabeça e esquecemos as precauções essenciais para garantir a saúde daqueles com quem fazemos amor.

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