Hoje venho dar-vos a conhecer uma marca, a Jacquemus, e a última campanha da mesma.
A Jacquemus é uma marca de vestuário prêt-à-porter (pronto a vestir), fundada por Simon Porte Jacquemus, um jovem designer francês. Dentro do domínio da moda, tem uma estética muito própria, que eu definiria como uma fusão entre o rústico e/ou campestre, uma atitude bastante jovial e uma construção até certo ponto arquitetónica a nível de silhuetas, o que lhe confere distinção, ainda que não seja propriamente uma das marcas de maior destaque na panorâmica francesa.
Contudo, o que venho hoje partilhar convosco é a última campanha da marca, relativa à coleção outono/inverno do presente ano 2017, que podem observar abaixo.
Esta campanha foi fotografada por David Luraschi, um colaborador frequente da marca e, como é possível observar nesta imagem, não apresenta uma única peça de vestuário nem acessórios. A fotografia consiste somente em dois corpos abraçados, sentados numa única cadeira, debaixo de um chapéu de sol, numa praia aparentemente deserta. É ainda de salientar que embora as imagens da campanha tenham sido lançadas a preto e branco, foi posteriormente publicado um pequeno vídeo da sessão fotográfica no Instagram da marca onde é possível observar os diferentes matizes.
Uma vez que ao longo do semestre fomos aprendendo a melhor interpretar a publicidade, achei curiosa esta campanha e merecedora de partilha convosco. Julgo que a Jacquemus não está propriamente a vender um produto, dada a ausência de artigos da marca, mas sim a vender uma ideia e/ou uma sensação.
De facto, é incrível como conseguimos admitir que certas marcas, dada a escala a que estão no mercado e a forma como conseguiram construir uma imagem de tal forma icónica, já nem precisem da presença do logótipo nas suas campanhas mas baste um pequeno apontamento simbólico (no caso da Coca-Cola, por exemplo, a cor vermelha ou a imagem do Pai Natal) para remeter ao produto. O mesmo não seria de esperar de marcas como a Jacquemus que ainda são demasiado recentes para serem reconhecidas com tão pouca informação, o que não impediu, ainda assim, de desenvolverem uma campanha deste género.
A questão que vos deixo é, será este o futuro da publicidade? A venda de ideias ao invés de produtos concretos?
Sara Fonseca
nº 149057
nº 149057
De facto, é impressionante como, cada vez mais, a publicidade vive de conceitos (como defende Naomi Klein em 'No Logo', aliás), o que convida a estratégias de decifração cada vez mais sofisticadas da parte dos consumidores, para não sermos colonizados por estas narrativas fantasiosas.
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