Deparei-me com este anúncio a um carro (SEAT Leon Fr) e não pude deixar de partilhar.
No vídeo vemos uma família contituída por um pai, uma mãe e um filho que se preparam para fazer uma viagem de carro. Enquanto lhe põe o cinto de segurança, a mãe promete ao filho comprar-lhe um gelado quando tiverem que parar para pôr combustível. O rapaz fica muito animado. Começa a viagem e, ao longo do tempo, a família passa por várias estações de serviço sem nunca parar. É visível a crescente impaciência e a insatisfação da criança. Ouve-se, no fim do spot publicitário, a frase "More than one thousand kilometers without refueling". Mas este é o anúncio original.
O anúncio com que me deparei originalmente foi o que está a passar em Portugal nos mais diferentes canais de televisão. Existe uma modificação. Ao ser feita a dobragem, a frase final mudou para "Quando o prazer de condução é tanto, há coisas que nos passam ao lado", transformando a mensagem de "o carro gasta tão pouco que não são necessárias paragens" para "o carro é mais importante que os filhos".
Este anúncio chocou-me logo ao ouvir a mensagem que está a passar em Portugal. Fiquei ainda mais surpreendida quando me apercebi que a mensagem da empresa, originalmente, não era tão explicitamente esta.
Fica a sugestão de reflexão.
Catarina Gabriel, nº 50096.
Eu acho que existiu realmente uma alteração no sentido do anúncio, são problemas de tradução. A ideia inicial era que o carro gasta pouca gasolina sim.
ResponderEliminarMas também é só um gelado, o rapaz não tem fome, tem gula, mas independentemente disso, não creio que a ideia da publicidade portuguesa seja de que o carro é mais importante do que os filhos. Creio que a ideia é de que é tanto o prazer de conduzir este automóvel, que as várias estações de serviço passam ao lado, passam despercebidas, porque estamos concentrados na condução de tal forma, que já esquecemos o gelado, já esquecemos as paragens e o tempo que se passou desde que iniciámos viagem.
Cristina Ribeiro. Nº 48510.
As campanhas adaptam-se sempre à realidade do país em que são divulgadas e na viagem da tradução alteram-se sempre sentidos. Nunca vi a campanha portuguesa, mas, pelo comentário da Catarina, parece-me que houve aqui uma deslocação de sentidos, sim. Estranho o facto de que uma família faça uma viagem de 5 horas com uma criança tão pequena sem sequer parar para esticar as pernas e ir à casa de banho… se fossem as minhas sobrinhas não iam aguentar tanto tempo "amarradas" às cadeirinhas de viagem!
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