Entrou agora em exibição mais um anúncio de uma loja de roupa, desta vez, referente ao Natal. O vídeo publicitário tem 1 minuto e 40 segundos, e quando o vi na TV teve exactamente essa duração, não foi realizado qualquer tipo de corte, ou seja, os custos devem ter sido bastante elevados. Já para não falar dos dois artistas conhecidos que aparecem em destaque, assim como um grupo de modelos da H&M.
E mais uma vez assistimos a uma manipulação. Em todos os diferentes cenários natalícios, representados com amor, fraternidade e festa, aparece uma caixa de embrulho dourada. Este processo faz com que o espectador associe o embrulho a alguma peça da dita loja, Ou seja, só comprando prendas na H&M, a noite de Natal poderá ser perfeita, contendo os três principais aspectos já referidos.
Cátia Sobral
Esta campanha recorda-me o comentário de Judith Williamson sobre a progressiva sofisticação do discurso publicitário, que constrói anúncios com uma referência mínima ao produto (reparem que a marca surge apenas nos primeiros segundos do vídeo), jogando com as crescentes capacidades de decifração do público. Para mais, há aqui uma transferência da retórica visual da MTV e o anúncio é elaborado como um 'video clip', com sexo na limusine, e direito a 'close up' do linguado do casal (que, num primeiro momento, parece de lésbicas), e uma velocidade de cenas que se sobrepõem. Por outro lado, evoca-se aqui também o imaginário dos musicais clássicos americanos, com o palco, as bandas... Enfim, para todos os gostos! Já sabemos, desde que nos vistamos com a marca, tudo correrá bem este Natal, está prometido.
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