Como vimos ao longo do semestre, o corpo das
mulheres tem vindo a ser o principal foco de
objetificação, integrado num padrão de beleza
imposto pela sociedade. Todavia, a percentagem de homens pressionados a estar
dentro do padrão de beleza masculina tem vindo a crescer.
Mas o que é de facto o padrão de beleza?
Será que este existe mesmo? E se existe, então o que é de facto a beleza? Será que existe, de facto, um padrão comum a todos?
A resposta é não. Não existe um único
padrão de beleza. Existe sim uma preferência estética, e esta é bastante
variável. A preferência de alguém por alguma coisa é bastante mutável, pois não
é algo pré-definido. Durante toda a nossa vida somos influenciados pelo que nos
rodeia e pelo que experienciamos. Somos moldados por vários fatores, desde a nossa cultura e educação, até às nossas experiências e ambições, que geram determinadas formas de pensar. São essas mesmas coisas que ditam a nossa identidade.
Logo, se ao longo da nossa vida cada pessoa apresenta diferentes preferências
para diferentes assuntos, como é que podemos dizer que existe um padrão? Diferentes
pessoas têm diferentes gostos não só em coisas banais como comida, música,
filmes, livros… mas também quando se trata de
estética. Cada um tem um tipo de corpo
que preferência, quer seja para si, quer seja para os outros.
O vídeo abaixo demonstra exatamente isso.
Como pode ser visto no vídeo, o padrão de beleza, quer seja ele masculino ou feminino, muda consoante a região onde vivemos e consoante a bagagem cultural que trazemos connosco. O facto de pensarmos que existe um padrão de beleza não passa de uma ilusão criada pelas indústrias capitalistas, que têm como objetivo vender produtos através da promessa de criação de algo que não existe, neste caso um corpo perfeito. A maior ilusão de todas é, provavelmente, a ideia de que existe um único padrão através do qual uma mulher poderá ser considerada bonita, e socialmente aceite. Claro que esta mulher só conseguirá enquadrar-se no padrão se comprar produtos de beleza ou se realizar determinados procedimentos estéticos. Porém, tal como demonstrado no vídeo abaixo, esta ideia é bastante falaciosa, pois o padrão de hoje em dia nem sempre existiu.
A grande questão que aqui se coloca é o facto de, conhecendo estas mudanças, continuarmos a acreditar que não podemos ser de determinada forma pois tal não se adequa ao padrão vigente, quando, na verdade, a nossa forma muito provavelmente foi considerada um padrão de beleza numa outra época histórica.
No entanto, as grandes indústrias escolhem pessoas com corpos e características semelhantes para publicitarem os seus produtos, passando ao público a ilusão de que toda a gente é (ou poderá vir a ser) assim. Daí os corpos das modelos escolhidas para as campanhas publicitárias não divergirem muito uns dos outros, como podemos ver na imagem abaixo.
Para mais, é importante ressaltar que nalguns casos nem as próprias modelos possuem esse tipo de corpo, pois, após a sessão fotográfica, as imagens seguem para uma edição de PhotoShop que altera radicalmente os corpos.
No entanto de tempos a tempos são realizadas algumas campanhas que visam acabar com este padrão — uma das mais recentes foi feita pela Dove. Procurando demonstrar algumas das pressões sofridas pelas mulheres, esta campanha desconstruiu a ideia do corpo perfeito. O vídeo abaixo reproduzido sublinha que a beleza é relativa à nossa capacidade de a reclamar.
Obrigada por lerem e até amanhã😊
Inês Fonseca 153674
Grata pela partilha, Inês. Alguns destes vídeos já se encontram no blogue, pois, ao longo dos anos, temos vindo a focar a nossa reflexão no tópico da identidade de género. De facto, quando nos apercebemos de que os modelos que nos são impostos como absolutos são fruto dos contextos históricos, é mais simples relativizar e decidir escolher aceitarmo-nos tal como somos.
ResponderEliminarDo primeiro vídeo que apresenta, gostaria de sublinhar duas coisas: 1) cada vez mais o corpo masculino é colonizado pelas indústrias publicitárias, de modo a alargarem o seu público-alvo, mantendo um crescente número de pessoas sob controlo; 2) o modelo caucasiano ainda é reinante (mesmo em países como o Brasil, cuja população é maioritariamente de origem mestiça, negra e índia; ou na Índia, onde os cremes para aclarar a pele estão em ascensão).