quinta-feira, 9 de maio de 2019

Movimento #nãoénormal

Olá colegas,
Hoje venho falar-vos de um movimento que talvez muitos ainda não conheçam, pois eu própria descobri-o recentemente no Instagram, através de uma amiga que seguia a página.


Decidi, então, explorar esta pista e percebi que este movimento é um manifesto que tem por objetivo combater o machismo e o abuso sexual, abordando, por exemplo, questões sobre o assédio. O movimento foi criado por Diogo Faro, um comediante que lançou um desafio nas redes sociais, apelando às pessoas para lhe enviarem um e-mail com a palavra “eu”, caso tivessem sido vítimas de assédio, pois pretendia fazer um vídeo abordando o tema em forma de comédia.

Segundo este site nas primeiras três horas recebeu mais de 700 e-mails, com relatos chocantes, que o fizeram querer chamar a atenção para o problema do machismo. Juntou-se a alguns amigos e lançou, assim, o movimento.
Apresento-vos, então, o vídeo feito pelo Diogo Faro sobre o machismo e peço desculpa pela linguagem contida, pois é um pouco forte.


Tenho a dizer que concordo com o que é dito no vídeo. O machismo cria violência doméstica (uma questão abordada na última aula, pelo grupo do qual eu fiz parte), violação, assédio; tudo considerado “normal”. Acredito que muitos de nós já nos habituámos ao facto de estas questões fazerem parte do dia-a-dia. Por exemplo, acho que praticamente todas as mulheres no meu círculo já foram vítimas de assédio, só que nunca pensei a sério nesta questão e acabava por esquecer. Este vídeo fez-me entender o quanto a sociedade desvaloriza todas estas questões e as naturaliza. 

Porém, para mim não é aceitável continuarem a repetir-se justificações como “estava bêbada e desmaiada, estava a pedi-las”, “foi a casa dele, estava à espera do quê? jogar às cartas?”. Este tipo de argumentação é injustificável e deixa-me profundamente indignada. A verdade é que enquanto não passamos pelas situações, temos a tendência a desvalorizar estas histórias; até nos podemos indignar, mas, infelizmente, só quando somos vítimas é que ganhamos verdadeira consciência da gravidade da situação.

Muitas vezes não fazemos nada porque pensamos “sempre foi e sempre será assim, nada vai mudar…". Ao mesmo tempo, por mais que tentemos fazer, a verdade é que estas situações são recorrentes e cada vez é maior o número de pessoas que passam por estes abusos sexuais. Na maioria dos casos as pessoas não conseguem sair das situações por medo ou por vergonha e nem sempre é fácil saber quem foram as vítimas e como as podemos ajudar.

Espero, então, que isto deixe de ser considerado “normal”, para evitar que continuem a morrer mulheres em situações de de violência doméstica. Acredito que todos nós, unidos, consiguiremos combater este tipo de mentalidade e criar uma sociedade mais justa.

E vocês? Também foram vítimas de assédio ou de qualquer outra situação extrema de abuso sexual? Qual a vossa opinião? Deixo também aqui ainda a página de Facebook do movimento, para quem queira explorar este tópico.
Grata pela vossa atenção.

Até amanhã!
Cláudia Rodrigues nº151250

1 comentário:

  1. Grata pela partilha, Cláudia. Estas questões têm vindo a ser debatidas nos círculos feministas desde há muito e, infelizmente, o comportamento agressivo ainda continua a ser valorizado como prova de masculinidade, numa sociedade onde, ao contrário do que diz, há cada vez menos situações destas, havendo, isso sim, uma crescente visibilidade relativamente a estes casos. A polémico do juiz Neto de Moura acabou por contribuir para trazer à linha da frente esta problemática (infelizmente pelas piores razões, como sabemos). Sim, é tempo de todos e todas nos unirmos para construirmos um mundo mais justo.

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