Olá colegas,
Hoje venho falar-vos de um movimento que talvez muitos
ainda não conheçam, pois eu própria descobri-o recentemente no Instagram, através
de uma amiga que seguia a página.
Decidi, então, explorar esta pista e percebi que este movimento é um manifesto que tem
por objetivo combater o machismo e o abuso sexual, abordando, por exemplo, questões
sobre o assédio. O movimento foi criado por Diogo Faro, um comediante que
lançou um desafio nas redes sociais, apelando às pessoas para lhe enviarem um e-mail com a palavra “eu”, caso tivessem sido vítimas de assédio,
pois pretendia fazer um vídeo abordando o tema em forma de comédia.
Segundo este site nas primeiras três horas recebeu mais de 700
e-mails, com relatos chocantes, que o fizeram querer chamar a
atenção para o problema do machismo. Juntou-se a
alguns amigos e lançou, assim, o movimento.
Apresento-vos, então, o vídeo feito pelo Diogo Faro sobre o
machismo e peço desculpa pela linguagem contida, pois é um pouco forte.
Tenho a dizer que concordo com o que é dito no vídeo. O machismo cria violência doméstica (uma questão abordada na última aula, pelo grupo do qual eu fiz
parte), violação, assédio; tudo considerado “normal”. Acredito que muitos
de nós já nos habituámos ao facto de estas questões fazerem parte do dia-a-dia. Por
exemplo, acho que praticamente todas as mulheres no meu círculo já foram vítimas de assédio,
só que nunca pensei a sério nesta questão e acabava por esquecer. Este vídeo
fez-me entender o quanto a sociedade desvaloriza todas estas questões e as naturaliza.
Porém, para mim não é aceitável continuarem a repetir-se justificações como “estava bêbada e desmaiada, estava a pedi-las”, “foi
a casa dele, estava à espera do quê? jogar às cartas?”. Este tipo de argumentação é injustificável e deixa-me profundamente indignada. A verdade é que enquanto não passamos pelas
situações, temos a tendência a desvalorizar estas histórias; até nos podemos indignar, mas, infelizmente, só
quando somos vítimas é que ganhamos verdadeira consciência da gravidade da
situação.
Muitas vezes não fazemos nada porque pensamos “sempre foi
e sempre será assim, nada vai mudar…". Ao mesmo tempo, por mais que tentemos
fazer, a verdade é que estas situações são recorrentes e cada vez
é maior o número de pessoas que passam por estes abusos sexuais. Na maioria dos
casos as pessoas não conseguem sair das situações por medo ou por vergonha e
nem sempre é fácil saber quem foram as vítimas e como as podemos ajudar.
Espero, então, que isto deixe de ser considerado “normal”, para evitar que continuem a morrer mulheres em situações de de violência
doméstica. Acredito que todos nós, unidos, consiguiremos combater este tipo de mentalidade e criar uma sociedade mais justa.
E vocês? Também foram vítimas de assédio ou de qualquer
outra situação extrema de abuso sexual? Qual a vossa opinião? Deixo também aqui ainda a página de Facebook do movimento, para quem queira explorar este tópico.
Grata pela vossa atenção.
Até amanhã!
Cláudia Rodrigues nº151250
Grata pela partilha, Cláudia. Estas questões têm vindo a ser debatidas nos círculos feministas desde há muito e, infelizmente, o comportamento agressivo ainda continua a ser valorizado como prova de masculinidade, numa sociedade onde, ao contrário do que diz, há cada vez menos situações destas, havendo, isso sim, uma crescente visibilidade relativamente a estes casos. A polémico do juiz Neto de Moura acabou por contribuir para trazer à linha da frente esta problemática (infelizmente pelas piores razões, como sabemos). Sim, é tempo de todos e todas nos unirmos para construirmos um mundo mais justo.
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