Decidi partilhar dois vídeos a respeito das condições de trabalho precárias que muitas multinacionais, especialmente da industria têxtil, oferecem aos seus trabalhadores.
O primeiro vídeo é-nos apresentado por uma marca de roupa bastante conhecida mundialmente, a H&M. Devo confessar que me deu uma vontade enorme de rir ao assistir a este vídeo. Não me interpretem mal, mas a maneira como são retratadas as condições de trabalho é completamente ridícula e foge à realidade. No vídeo a companhia tenta-nos persuadir de que, na verdade, é responsável pelo desenvolvimento económico da região e promove não só boas condições de trabalho, como também igualdade de géneros. Trata-se de ''Business as Usual'', como é descrito em Active Hope (2012), de Joanna Macy e Chris Johnstone. O objectivo destas empresas é distanciar-nos dos graves problemas que existem no nosso mundo e fazer-nos consumir cada vez mais, para garantir o crescimento contínuo da economia:
''This is the story told by most mainstream policy makers and corporate leaders. Their view is that economies can, and must, continue to grow'' (p. 15).
Neste primeiro vídeo é-nos contada uma história com um final feliz, a versão em que nos querem fazer acreditar. Porém, nós sabemos que nada disto é verdade e que, na realidade, as condições que estas empresas oferecem aos seus colaboradores são desumanas. Os salários são baixíssimos e muitas vezes insuficientes para estas pessoas sustentarem as suas famílias; o número de horas de trabalho é muito superior ao recomendável; as condições laborais põem muitas vezes em risco a saúde e mesmo a vida dos trabalhadores. Estas e outras situações são retratadas no segundo vídeo, que deixo abaixo. A meu ver, é um documentário bastante importante e um enorme ''abre olhos''. Se não tiverem tempo de ver o documentário todo, vejam a partir do minuto 13 que retrata em específico a situação da H&M e prova exactamente o contrário do que foi dito no vídeo anterior.
Depois de assistirmos a este documentário acho que vamos todos pensar duas vezes antes de comprar uma peça de roupa deste tipo de marcas.
Luís Campos,
Nº 50491
Grata, Luís! É interessante comparar perspetivas, sim.
ResponderEliminarNo primeiro vídeo, gosto em particular do detalhe de os formadores serem todos homens nas fábricas habitadas por uma população maioritariamente feminina; é também delicioso o facto de o CEO ter tentado convencer o governo local a aumentar o ordenado mínimo; sem falar nos workshops para consciencialização sindical dos trabalhadores.
No segundo vídeo de jornalismo de investigação da BBC (uma fonte credível!) ficamos a saber que os fogos devastam dezenas de fábricas onde os trabalhadores são feitos prisioneiros e chegam a trabalhar em turnos de 19 horas. Valerá isto uma camisolinha barata?