sábado, 4 de novembro de 2017

Lixo ou luxo?



Em 1965, o poeta brasileiro Augusto de Campos brincou com as palavras “lixo” e “luxo”: o que resultou no poema concreto acima. Isto faz-me pensar na capacidade humana de transformar luxo em… lixo. A existência de ilhas de lixo é uma prova do pouco controlo que se tem sobre o que é produzido para tornar-se desperdício após o consumo.

O documentário citado na última aula trata da realidade de trabalhadores do aterro sanitário em Jardim Gramacho (Rio de Janeiro).



Ao mesmo tempo, apresenta a arte de Vik Muniz, que decidiu pintar e compor com lixo fotografias de pessoas que vivem em meios desfavorecidos. O trabalho destas pessoas resume-se em recolher, separar e queimar lixo.

Algumas pessoas demonstram que é possível transformar lixo em:

1) Arte: como faz o artista Bordalo II. Não só para apreciação estética, mas também para apelar à nossa consciência ecológica, evocando espécies afetadas pela enorme quantidade de lixo por nós produzido.

Bordalo II




Caretta Caretta Trapped, Fotografia de Francis Perez.
 
2) (novos) materiais para uso diário. Este vídeo (de um minuto) mostra-nos vários exemplos de novos materiais (e uma casa!) feitos a partir de pacotes de leite;
 3) meio de subsistência. Como afirma o youtuber Dave Hakkens: "They manage to do a whole recycling economy with our junk".





Assim, através de reciclagem e reutilização, aquilo que antes era considerado desperdício torna-se "luxo" ou uma alternativa melhor ao constante consumo de materiais poluentes que não são biodegradáveis.

Amanda Costa (148341)

2 comentários:

  1. Esta parece ser uma optimo inciciativa e de certa forma inovadora. Na minha opinião, esta é uma forma de ativismo bastante original e ao mesmo tempo ecológica. O poder de se conseguir transformar certas coisas em outras ''uteis'' ou de utilizar materiais que muitas pessoas vêm como sendo ''lixo'' passando a ser arte é realmente inspirador para nós. Ao mesmo tempo este tipo de documentários e imagens torna-se importante para apelar à consciência das pessoas que muitas vezes não têm noção do lixo que produzem e da forma ridicula como desperdiçam materiais.

    Inês Pires, nº52357

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  2. Grata pela partilha de tanta informação sobre o "lixo de luxo", Amanda! Incrível a quantidade de desperdício que a nossa sociedade produz e maravilhoso o modo como tal tragédia estimula a criatividade. A obra do Vik Muniz esteve exposta no Museu Coleção Berardo há uns anos; eis o vídeo com a entrevista concedida pelo artista — https://www.youtube.com/watch?v=LHE2QBiwvKk

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