A nossa última aula do semestre, dia 16 de janeiro do ano
passado, foi dedicada à elaboração de um esquema visual sobre a cultura visual
contemporânea, com a participação de toda a turma, ou pelo menos, daqueles que
compareceram. Sim, tenho consciência de que esta atividade está sumarizada,
aqui, no calendário do blog, mas relembro-a porque não me foi possível
participar nela (não consegui estar presente nessa aula) e gostava de a ter
feito. Por isso, adotando a velha máxima de que mais vale tarde do que nunca, decidi
mostrar-vos as imagens do que, para mim, é a cultura visual atualmente.
Confesso que definir cultura visual é um exercício bastante
complexo, dada a multiplicidade de matérias envolvidas, e escolher apenas uma
imagem que ilustre esse conceito também não foi tarefa fácil, daí ter escolhido
três.
Ora, segundo o meu ponto de vista, a cultura visual começa
por nos despertar o olhar crítico, contemplativo e analítico sobre o mundo que
nos rodeia. São esses modos de ver, aliados à nossa experiência visual, que nos
ajudam a significar, interdisciplinarmente, o mundo e a intervir na sociedade
onde nos inserimos. Essa maneira de olhar permite-nos construir representações
sociais e culturais próprias que nos definem como seres ativos numa “aldeia
global” que, cada vez mais, carece de um olhar atento e reflexivo. A cultura
visual é, desta forma, a ciência que está na base da maneira como as pessoas,
pertencentes a diversas culturas e experienciadoras de inúmeras situações do
seu quotidiano, lidam entre si. Apesar de tão diferentes, é necessário que as
pessoas se apercebam de que possuem algo em comum: o mundo onde habitam. Para
que tudo se mantenha equilibrado, é fulcral que cada um de nós se acerque de
responsabilidade social, não permitindo que o individualismo e outros princípios,
que violam o objetivo a que nos propomos, se apoderem do agente; e é
fundamental o respeito por nós próprios e pelos outros. A prática de todos
estes ideais começa assim que deixarmos de nos levar na corrente que conduz ao
desastre e perspetivarmos as várias situações com que nos deparamos de forma
diferente, mudando de rumo, em busca da resolução, tal como o peixe que toma a
liberdade de saltar para o outro aquário, cheio de novas oportunidades de
mudança e ação, abandonando as ideias estandardizadas de “Business as Usual”. É
importante reconhecermos o que está errado e tentar, de imediato, melhorar o
que foi feito, por forma a que todos beneficiemos dessa mudança. Para isso é
preciso usufruir do sentido da visão e identificar os erros, como se se
tratasse de um jogo para descobrir as diferenças, tal como aquele que começamos
a jogar assim que observamos o cartaz abaixo anexado. E, por fim, embora ainda
com muito para dizer, a cultura visual é pensar positiva e inteligentemente num
mundo melhor, possível de ser pisado por todos, por seres puros, seres descalços
e desprovidos de qualquer impureza que impeça o contacto com a verdadeira
natureza. Aqui termino, citando uma das tocantes frases de Fernando Pessoa: “Nós
não vemos o que vemos, nós vemos o que somos.”
Mariana Nunes, nº 145808.