quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Resposta à pergunta III do teste de Cultura Visual_2017/2018

Primeiramente é necessário mencionar que a Compal é uma marca bem situada dentro do contexto português, criada há várias décadas e de fácil reconhecimento.
                O mupi que nos é apresentado encontra-se situado no Metro de Lisboa, local movimentado e frequentado por consumidores de diferentes estratos sociais e de todos os géneros e idades, algo que os próprios produtos da Compal acabam por refletir: tanto podem ser consumidos por crianças como por adultos. Ao apresentar-se nos mupis do metro, vai ser visível tanto por quem está dentro dos metros a passar, como por passageiros no cais que aguardam a chegada do seu transporte. Como grande parte dos consumidores utilizam este transporte na sua rotina diária, ligada a sentimentos de exaustão e de agitação, a presença de um produto que se apresenta como sendo “fresco” e “saudável” no meio do caos prende a atenção e tenta ao consumo de quem o vê.
                O produto publicitado é um sumo natural feito com goiaba branca vinda do Egito. É importante mencionar que o próprio mupi vai servir como uma moldura, separando o cais do metro do mundo egípcio, muito mais colorido e com cores mais claras. O poster apresenta diferentes planos, sendo que no plano de fundo (em segundo plano) observa-se um campo, com trabalhadores a colher o que se assume serem goiabas. Em primeiro plano temos o produto, já finalizado, juntamente com goiabas dentro de um barco num rio (que aqui se assume ser o Nilo). Um dos aspetos que se observa rapidamente no mupi são os ecos visuais das goiabas, repetidas no barco, no rótulo do produto e nos trabalhadores. Estes ecos formam também um triângulo que aponta para o produto. O cenário límpido e cheio de animais, como o peixe, o crocodilo, o pássaro e as libelinhas, pretende transmitir a ideia de Natureza e frescura. O próprio trabalhador a beber (o que se assume ser o produto) indica que é uma bebida fresca que o ajuda nas suas tarefas árduas num clima desértico como é o do Egito. Esta ação do trabalhador tem uma segunda intenção, formando uma ligação entre o passado e o presente, mas também uma ligação geográfica: Compal é um produto usado tanto aqui como no Egito, e também é um produto que vem da altura desse grande império.
                Relativamente ao texto verbal, comecemos por analisar o retângulo no rótulo que diz “Edição Limitada”. Este texto ajuda a inserir uma certa urgência na obtenção de um produto que rapidamente poderá desaparecer, sendo visto como ainda mais especial por ser apenas obtenível num curto espaço de tempo. De seguida, temos o slogan para esta campanha em particular, presente no topo da página. Segundo a análise feita por David Machin, somos capazes de dividir o mupi segundo uma linha horizontal entre o slogan e o produto, dividindo o “tesouro mais bem guardado de sempre” (o ideal, o não alcançável) e o próprio produto, o real, o sabor egípcio das goiabas que não somos capazes de recuperar de mais nenhuma forma. De seguida, salienta-se que há uma repetição de “Goiaba branca do Egito” tanto no slogan como no rótulo, para relembrar o consumidor que a bebida é exótica e internacional. O rótulo é ainda composto pelo logotipo da Compal seguido da palavra “Clássico” que ajudam os consumidores a terem a garantia de que estão a beber da marca que já conhecem e que continua a ser o “Clássico”, o sabor e a textura que sempre tiveram. Em baixo temos o slogan da Compal, que faz referência ao “natural”, o que é replicado pelo anúncio. Neste anúncio embora tenhamos dois atores sociais no plano de fundo, estamos distanciados deles, nem sequer sendo capazes de os ver de frente, dado que o objetivo principal é o produto. Todo o cenário tem como objetivo transportar o consumidor ao antigo Egito, dado ser um local e uma época que é conhecida por grande parte da população como uma época de florescimento e de riqueza, principalmente em zonas perto do rio Nilo. Como o consumidor não é capaz de experienciar essa época do “tesouro mais bem guardado” é-lhe dado um pequeno sabor dessa época e do melhor que ela tem para oferecer. O consumidor tem ainda a garantia de que este produto é genuinamente do Egito graças ao selo com a bandeira presente no rótulo. É também importante salientar que o anúncio apresenta tanto elementos reais como desenhados, o que por um lado remete para a ideia de hieróglifos, mas também serve como meio de criar um elo de ligação entre o imaginário e o real, numa narrativa que ultrapassa as barreirar temporais e espaciais.

O anúncio é, portanto, um convite feito ao espetador, de experienciar uma viagem a este maravilhoso mundo, já que o metro de Lisboa não lhe proporciona tal possibilidade.

Gustavo Nogueira, nº148367

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Resposta à pergunta III do teste

Em termos da estrutura composicional, podemos analisar a publicidade utilizando os conceitos de David Machin de Dado/Novo. Sendo o Dado associado ao lado esquerdo, encontramos um indivíduo (neste caso egípcio) que colheu goiaba branca, ou seja, simboliza o trabalho que já está feito para que o consumidor possa usufruir do “tesouro” que é o Compal de Goiaba Branca do Egito. Assim o consumidor consegue ver-se a si próprio no futuro a consumir Compal, associando-se ao homem que se encontra a desfrutar de uma bebida presente no lado direito, isto é, o Novo.

A ideia de que a Goiaba Branca do Egito é “o tesouro mais bem guardado” encontra-se reforçada na própria garrafa onde se vê escrito: “Edição Limitada”; ou seja, este produto/tesouro veio do Egito (ideia transmitida pelo selo com a bandeira egípcia) para que nós consumidores enriquecêssemos com o seu sabor; claro que isto terá de ser feito rapidamente, podendo ser este tesouro trancado novamente numa pirâmide. Continuando com o texto verbal presente na garrafa, o tipo de letra na palavra “Egito” transporta-nos para os hieróglifos presentes nas pirâmides, ou seja, a palavra denota o país mas conota mistério, um mistério que tem de ser provado rapidamente ou nunca será desvendado. O logótipo da marca Compal tem à sua volta o desenho de uma árvore, estando a palavra posicionada na zona central da copa da árvore, onde nascem os frutos; logo, Compal é um fruto, ou seja, algo natural, daí o seu slogan “Compal É Mesmo Natural”.

O cenário para o produto é uma ilustração representativa de uma sociedade egípcia. Esta ilustração engloba vários tipos de palmeiras, plantas, arbustos, insetos e animais, para demonstrar o caráter exótico deste lugar. O facto de o produto estar posicionado dentro de uma barca mostra que beber este Compal é equivalente a passear no rio Nilo observando a bela paisagem egípcia. São usados neste anúncio: a ilustração (cenário egípcio exótico) e a fotografia (produto e fruta). A futa torna-se a ponte entre um contexto histórico específico, a civilização egípcia de vários séculos atrás, e o Compal da atualidade. O anúncio quer fazer-nos acreditar que, graças ao Compal Clássico Goiaba Branca do Egito, nós hoje, podemos viajar até àquela magnífica civilização; ao conseguir proporcionar tal coisa, o Compal torna-se também ele magnífico, um tesouro.
Cheila Vieira nº148191

domingo, 21 de janeiro de 2018

Enunciado teste_jan 2018


 Duração: 2h (30m tolerância) // Cotação = 200 I = 65 / II = 55 / III = 70  Componente formal (correção, articulação de ideias) = 10

I
“Publicity is usually explained and justified as a competitive medium which ultimately benefits the public (the consumer) and the most efficient of the manufacturers — and thus the national economy. It is closely related to certain ideas about freedom: freedom of choice for the purchaser: freedom of enterprise for the manufacturer. The great hoardings and the publicity neons of the cities of capitalism are the immediate visible sign of ‘The Free World.’(…)
It is true that in publicity one brand of manufacturers, one firm, competes with another, but it is also true that every publicity image confirms and enhances every other. Publicity is not merely an assembly of competing messages: it is a language in itself which is always being used to make the same general proposal. Within publicity, choices are offered between this cream and that cream, that car and this car, but publicity as a system only makes a single proposal.
It proposes to each of us that we transform ourselves, or our lives, by buying something more.
This more, it proposes, will make us in some way richer — even though we will be poorer by having spent our money.
Publicity persuades us of such a transformation by showing people who have apparently been transformed and are, as a result, enviable. The state of being envied is what constitutes glamour. And publicity is the process of manufacturing glamour.”
Berger, John. Ways of Seeing. 124-123.
Considerando a passagem transcrita, problematize o papel do discurso publicitário na economia e na sociedade contemporânea.


II
“In the story of the Great Turning, what’s catching on is commitment to act for the sake of life on Earth as well as the vision, courage, and solidarity to do so. Social and technical innovations converge, mobilizing people’s energy, attention, creativity, and determination, in what Paul Hawken describes as “the largest social movement in history.” (…)
Don’t be surprised if you haven’t read about this epic transition in major newspapers or seen it reported in other mainstream media. Their focus is usually trained on sudden, discrete events they can point their cameras at. Cultural shifts happen on a different level; they come into view only when we step back enough to see a bigger picture changing over time. (…) We might need to train ourselves to see the larger pattern and recognize how the story of the Great Turning is happening in our time. Once seen, it becomes easier to recognize. And when we name it, this story becomes more real and familiar to us.”
Macy, Joanna e Chris Johnstone. Active Hope: How to Face the Mess We’re in without Going Crazy. 27.

Comente o excerto citado, argumentando a favor ou contra o posicionamento defendido pelos autores.


III
Analise o texto publicitário abaixo reproduzido, encontrado num mupi do Metro de Lisboa em abril de 2017, tendo em conta, entre outros fatores que julgar relevantes, i) a estrutura composicional; ii) a interação entre as componentes verbal e visual (e os dois tipos de texto visual aqui usados); iii) a evocação de um contexto histórico específico.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Olá colegas! Desejo um feliz 2018 a todos. Com a chegada de um novo ano, acredito que todos nós devemos repensar as nossas escolhas. Para tal, eu fiz uma pequena pesquisa sobre o Banco do Tempo, mencionado pela professora em aula e encontrei uma ligação em destaque, que aqui deixo, para quem estiver interessado em saber mais sobre este projeto em Portugal.                                                                                                                           


                                                                                                                                                   
Eugénia Silva (147301)