segunda-feira, 4 de março de 2019

Afinal, não são ilhas...

Boa tarde caros colegas,

Venho tratar de um tema que foi abordado na última aula, de dia 1 de março, pela convidada Ana Rita Seirôco. As ilhas de plásticos afinal não são ilhas, pois, segundo o jornal The Guardian: "A mancha de detritos tem duas vezes o tamanho da França e é dezasseis vezes maior do que se pensava". É, pois, errado usar as expressões "ilha", "mancha" ou mesmo "concentração" de plástico. Se há coisa que aquele plástico não está é concentrado: é impossível ser visto do ar, por exemplo, e mesmo um barco pode atravessar toda a região sem ver sinais dos detritos.

E aquelas fotos que muitas vezes surgem associadas ao tema, nas notícias, de manchas imensas de lixo a flutuar? São imagens de lixo junto à costa de grandes cidades do sudoeste asiático como Manila, nas Filipinas.

Outro pormenor é que, apesar de este problema estar a ser usado como a face da guerra contra o plástico doméstico, quase metade dos detritos são redes de pesca. Aqui ficam alguns dados, de um estudo publicado na revista Scientific Reports, do grupo da Nature, que ajudam a perceber melhor em que consiste este universo de plástico:
§   Calcula-se que 46% do total de lixo sejam redes de pesca abandonadas ou perdidas;
§   20% do lixo são detritos arrastados pelo tsunami do Japão, em 2011;
§   94% dos biliões de pedaços de plástico têm menos de 0,5 centímetros;
§   O peso total deste plástico aproxima-se das 79 mil toneladas;
§   Um grupo de estudos patrocinado pelo governo britânico recolheu várias amostras de objetos, alguns ainda com etiquetas: um terço dizia "Made in China" e outro terço tinha sido fabricado no Japão; no total, havia plásticos oriundos de 12 países;
§   Calcula-se que, por ano, em todo o mundo, cem mil animais (sobretudo mamíferos, como tartarugas, focas e baleias) morrem estranguladas em redes de pesca abandonadas.

Resultado de imagem para ilhas de plástico bbc
Aglomerados de lixo no mar do Caribe

~ Obrigada por lerem e votos de um bom Carnaval! ~
😄
Maria Oliveira, 153688

1 comentário:

  1. Grata pelo esclarecimento, Maria. No entanto, independentemente da designação que optarmos por dar a esta concentração de plástico e dos países onde estes objetos tenham sido fabricados (sendo que, por exemplo em Portugal, arriscaria dizer que grande parte dos objetos de plástico que consumimos são fabricados na China, pelo que esta indicação não quer necessariamente dizer que os objetos de lá tenham vindo), o facto é que se trata de uma tragédia ecológica que a todos afeta.
    Poderá, porventura, acrescentar os links das fontes bibliográficas de onde retirou esta informação, para todos podermos continuar/aprofundar a nossa pesquisa, por favor?

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