domingo, 31 de maio de 2015

Food or fashion?


Read bellow the handbag price. Makes you think.

Isa Martins nº51276

Um pensamento sobre o neoliberalismo

O neoliberalismo é um labirinto sem saída. Podendo ter as suas oscilações e quedas, a visão que prevalece é a de uma subida constante, uma reta que inevitavelmente se partirá em duas e o sistema entrará em colapso.

Ainda não atingimos o clímax da versão atual do (neo)liberalismo, que precederá o caos comercial: com efeito, serão ainda estabelecidas mais políticas de austeridade para este modelo económico não-sustentável.

Quando as famílias marginalizadas começarem a frequentar centros comerciais destinados ao comércio LEGAL de órgãos, a fim de venderem os seus BENS para poderem sustentar os seus filhos, talvez aí, sim, nasça um novo modelo económico regado com algo para além do pensamento exageradamente antropocêntrico. Não deposito as minhas esperanças no teocentrismo, pois acredito que um Estado laico ilumina, enquanto qualquer outra coisa – para além da absoluta isenção de influências religiosas num Estado – profana a própria natureza do homem, que é um ser racional. Um Estado sob influência religiosa é, por diversas razões, antidemocrático, o que causa danos irreparáveis à economia de um país (basta observar, a título de exemplo, a situação da Índia).

Um dos aspetos mais importantes do liberalismo é a incompatibilidade com o socialismo, que, assim como o neoliberalismo, é igualmente uma prisão para as massas. Contudo, ambas as ideologias possuem aspetos positivos, pois nada é totalmente preto ou branco. Imagino um próximo modelo económico como algo entre o socialismo e o neoliberalismo, com todo o senso democrático do neossocialismo e a liberdade económica que está nas raízes do liberalismo, mas não nos seus frutos neoliberais. Todavia, para que esta nova ideologia se materialize, é imperioso haver alterações, e uma sociedade menos individualista é – ou pelo menos deveria ser – o objectivo comum mantendo a autonomia positiva do neoliberalismo, excluindo a dependência (doentia) proveniente da globalização.
A autonomia que está na base do neoliberalismo é algo saudável e totalmente funcional: com efeito, esta diferencia-se intrinsecamente do individualismo, na medida em que a primeira valoriza a capacidade inerente ao ser de desempenhar as suas atribuições com independência, não o impedindo, contudo, de pensar num bem maior; já o segundo, por sua vez, está estigmatizado pelo egoísmo e falta de ética.

Hodiernamente, o nosso sistema económico procura soluções – que se revelam inúteis – seja na exportação de bens, no aumento de crédito/empréstimos individuais ou no fabrico de novos produtos sem qualidade e, como tal, de maior acessibilidade. Nada resulta de forma permanente, e o neoliberalismo exige mais. O primeiro passo para se criar uma dessas soluções é identificar formas imediatas de lucros sem ter em consideração o efeito a longo prazo; de seguida, pôr em acção o plano e aumentar os lucros, manter os capitais altos mesmo após quedas significativas – o que para nós se traduz no termo “crise”. Ou seja, a atual crise é já um teaser do colapso vindouro.

Em suma, é necessário prever o futuro através dos padrões do passado, não fechando os olhos a respostas evidentes. É preciso resgatar o pensamento humanista, que já não vigora e ao qual foram subtraídos a compaixão e o senso de cidadania que aquele havia ido buscar à Grécia antiga; é, por fim, necessário recuperar o conceito de ética; todavia, nada disto será possível antes de atingirmos o fundo do poço.


Max Pinheiro; 48463

sexta-feira, 29 de maio de 2015

CORPOS OU PRODUTOS?






Uma nova revista portuguesa que se define pelo moto "YOU CAN SLEEP WHEN YOU DIE". É dirigida ao público masculino e grátis. 
Mais uma vez a imagem da mulher surge exposta para o prazer voyeurista masculino.

Francisca Duarte, 50014


quinta-feira, 28 de maio de 2015

Cães à venda por cães abandonados

"Pet shop trocou cães à venda por cães abandonados. Os clientes não perceberam.
O que muita gente parece não entender sobre ter um cão é que se trata de uma conexão emocional. Pouco tem a ver com pedigree.
A associação brasileira Quatro Patinhas soube explorar esse conceito muito bem em parceria com uma pet shop. A ideia era simples: testar se as pessoas se interessariam por cães abandonados se eles fossem apresentados como animais à venda. Nós temos o costume de achar que coisas caras são melhores. Mas não é bem assim. "

Andreia Amador,  50419

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Cães e bancos


Este vídeo pertence à nova campanha "KK Smart Invest", de um banco tailandês chamado "Kiatnakin".
Um cão vadio pede comida a um rapaz. O jovem, sensibilizado com o pedido, acaba por ceder. Como forma de agradecimento, o cão ajuda-o em vários momentos do seu dia-a-dia.
Com este anúncio, o banco pretende transmitir a ideia de que com pequenos investimentos podemos obter grandes resultados, num futuro próximo. Será mesmo assim?
Este tipo de histórias desperta empatia e acaba por sensibilizar as pessoas, captando assim a sua atenção, mas serão os bancos de facto regidos pela ética da compaixão?

Nélia Baião

Um testemunho

Sinto-me abusado quando caminho pela cidade.

Para onde quer que olhe a minha visão vai sempre ter ao encontro destas personagens: sombras fugazes de vidas que não existem. Sabem a sensação quando uma pessoa que vos fez mal, ou que simplesmente não vos transmite confiança, se aproxima de vocês, monologa convosco, sem sequer haver consentimento? É isto a publicidade. Uma constante aproximação sem consentimento, em que empresas, através de imagens e textos, abusam da nossa intimidade e privacidade. Criticam-nos sem lhes termos dado confiança para tal. Delimitam-nos a modelos idealizados, sem considerarem todo o potencial de cada ser.  

O pior é que este mundo fictício, que abusa da nossa vida, que se entranha sem autorização no nosso dia a dia, já nos está a corroer.

As pessoas estão a tornar-se caricaturas daquilo que vêem na televisão, que lêem nas revistas, que assimilam nos grandes e nos pequenos cartazes. A dimensão profunda de cada ser, dotada de muito mais do que linhas simples e rectas, é subterrada em estereótipos, futilidades. Esta dimensão é recusada pelo hedonismo, pelos valores que vigoram. O pior mal é que isto não é culpa destes seres atirados ao mundo, pois vivem num contexto que constantemente os manipula e coarcta. Há muitos que inconscientemente vão vivendo no mundo "normal", aplicando as regras hegemónicas na sua vida, de acordo com o processo de socialização a que foram submetidos. Tal como no regime nazi os soldados cumpriam a sua função, nunca tendo noção do grande plano, estes seres desempenham cegamente as funções que lhes couberam, sem se aperceberem do contexto mais amplo. Os grandes agentes deste mundo também conseguiram incutir nas pessoas que outras ideias estão erradas, e que são impossíveis de concretizar. A única alternativa é lentamente esgotar o nosso potencial em lenta e corrosiva monotonia.

Vale a pena esgotar todo o potencial humano por uma ideia momentânea, fruto de uma época?    

A publicidade, tal como este sistema, não está só fora de nós. Andamos com as marcas nas roupas, na alimentação, na mente. Aceitamos trabalhos/explorações para publicitar: carregar logos nas nossas costas, reduzindo-nos a uma marca; tocamos música em praça pública, não para manifestar a nossa criatividade, mas para publicitar; ficamos despidos, a fazer de manequins vivos nas montras, vivos mas mortos.

Sinto-me abusado, por vezes, ao entrar na nossa faculdade. Em tempos, a PIDE não podia entrar no espaço universitário, e um espaço que podia ser um santuário, afastado das imagens violadoras do exterior, é, na verdade, um espaço que as acolhe. Associam-nos a um cartão de estudante ligado a um banco; querem-nos constantemente vender sorrisos falsos e muita loucura quando entramos para o ensino superior.

No passado, os iconoclastas destruíram imagens religiosas pois achavam blasfemo haver sequer tentativas de representar o divino. Que venham os iconoclastas do novo século! Destruam todos estes ícones que tentam representar o irrepresentável. A potencialidade humana é ilimitada e a caricatura, o consumidor que é representado, não passa de um insulto ao ser humano.

Rogério Cruz

Anti-Logos to pressure sponsors to withdraw from Qatar 2022 World Cup

Hello everyone,


For all the football fans out there, here are some news about the Qatar 2022 World Cup.

During the construction of the stadiums, over 900 workers have died and the estimates say that the number will probably reach 4,000 people by the time they will end. Also, the migrant workers' passports were confiscated upon entry into Qatar, meaning that they could not leave whenever they please and that employers can even withhold pay from them without them having the possibility to react. Taking into consideration the high temperatures that can be found in Qatar, one can only imagine the conditions of labor. 
As a reaction, people have begun drawing and sharing anti-advertisments featuring major sponsors that continue to support the World Cup. 
We have here the example of how much can a logo say about a problem found in our society and how, as Naomi Klein mentioned in No Logo, 'as more people discover the brand-name secrets of the global logo web, their outrage will fuel the next big political movement'. Maybe this is what we are seeing in this situation also.
Take a look and tell me what you think.



















Raluca Resmerita

Vale tudo nas campahas de consciencialização?

Aqui estão algumas campanhas que causaram alguma polémica:


 campanha feita pelo governo Brasileiro

 campanha contra a pesca das baleias

 Campanha contra a violência doméstica no Reino Unido

A Associação para a Promoção da Mulher na Roménia organizou esta campanha alertando para a violência de género




















Mais campanhas polémicas aqui
Marta Faria 43711

Água potável

Vejam o que foi feito num cinema em Hollywood. Outra maneira de usar a publicidade como forma de campanha de sensibilização.



Se quiserem saber mais sobre a organização "The Water Project", acedam ao link.

Marta Faria, 43711

domingo, 24 de maio de 2015

Curta história de alguns paises

Deparei-me com esta imagem e decidi partilhá-la como uma pequena curiosidade. É a história de 13 países numa frase.
Miriam Fernández Alves nº51278

Cartoons

Andava a fazer umas pesquisas na internet quando me deparei com alguns cartoons e grafitis muito curiosos que nos fazem refletir sobre a sociedade atual, em particular sobre o modo como somos fortemente influenciáveis pelas redes sociais. Ora vejam.














Andreia Amador 50419


INTRARTE e o Dia da Criança


Colegas, deixo-vos uma sugestão para o dia da Criança, 1 de Junho. Recordar INTRARTE, no espaço Atmosfera M, em Lisboa, às 17h, na Rua Castilho nº5, com Entrada Livre. Às 17h, será a inauguração oficial da exposição seguida de um porto de honra e lanche. Às 17h45, uma largada de balões com a mascote Pelicas. Às 18h, tertúlia inaugural da exposição, moderada pela Fernanda Freitas. A exposição vai estar neste espaço até dia 26 de Junho, com entrada livre, segunda a sexta (9h-19h), sábado (11h-17h).    

A INTRARTE foi uma exposição itinerante comemorativa dos 50 anos das Aldeias de Crianças SOS em Portugal, que ocorreu no ano passado. 

Exibiu várias obras, de pintura, escultura, fotografia, ilustração e objectos de design, dos alunos e professores da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) e uma tela composta das Crianças e Mães SOS das três Aldeias existentes em Portugal (Guarda, Gulpilhares no Porto, e Bicesse em Cascais), com o intuito comemorativo e também para divulgar e valorizar o trabalho realizado pelas Aldeias de Crianças SOS no acolhimento e educação de crianças socialmente desprotegidas, em ambiente familiar, com vista ao seu desenvolvimento pessoal e à sua inserção positiva em sociedade. Tive oportunidade de ver este trabalho durante a minha estadia na Aldeia de Crianças SOS da Guarda, aquando a montagem e inauguração da exposição, na qual participei.   

A Exposição Intrarte teve início na Câmara Municipal da Guarda, onde esteve boa parte do mês de AgostoDurante o mês de Setembro a exposição foi exibida na cidade do Porto, no Espaço Atmosfera M. Durante o mês de Outubro e até 12 de Novembro a exposição pôde ser visitada na Câmara Municipal de Lisboa, Edifício Central do Campo Grande. De 17 de Novembro, a 25 de Novembro, a Exposição Intrarte esteve patente ao público no hall principal do Casino Estoril.

As obras expostas na INTRARTE foram leiloadas online até ao dia 30 de Novembro, revertendo os fundos angariados para as Aldeias de Crianças SOS de Portugal, assim como os fundos da venda dos catálogos (que eu traduzi de Português para Inglês). 

A exposição foi organizada pelo meu irmão, Tiago Ribeiro (encarregue também da imagem gráfica) e pela Catarina Guedes, ex-alunos da FBAUL, de Design de Comunicação e Design de Equipamento. Tanto eu, como eles e os alunos e professores da FBAUL demos o nosso contributo voluntário para que esta exposição acontecesse. 

Também integrou esta comemoração um concerto de música clássica na Fundação Calouste Gulbenkian, a 21 de Outubro de 2014.  

Apareçam e divulguem! 

Cristina Ribeiro. Nº 48510.


Geração sem remuneração_Deolinda

Com o final do semestre a aproximar-se, muitos de nós estão quase a terminar a licenciatura, eu incluída. Por isso, e porque foi referido numa apresentação oral na sexta que um político sugeriu há uns tempos a emigração como solução para o desemprego nacional, lembrei-me de partilhar esta reflexão.

O estado da educação neste país é miserável. As escolas são cada vez mais depósitos de criancinhas, para livrar delas os pais super ocupados. Os miúdos da primária já fazem exames, já estão o dia todo na escola, com cada vez mais disciplinas e actividades extra-curriculares. Já não podem ser simplesmente crianças e brincar, são pressionadas desde cedo. Também não há espaço para o pensamento livre, só para decorar aquilo que o professor diz e está no manual. Os professores são avaliados e despedidos, as escolas fecham.  

No ensino superior, o cenário também não é melhor, com o aumento das propinas e a complicação progressiva das condições para adquirir uma bolsa da DGES.

Após os estudos, somos confrontados com a falta de oportunidades e de emprego. Muitos de nós, muitas vezes não querendo, somos forçados a emigrar à procura de melhores condições de vida e de emprego. 

Somos a “Geração sem renumeração”, como cantam os portugueses Deolinda,  a geração à rasca, que estuda, tem curso superior e, ainda assim, vive na "casinha dos pais, adia tudo e é escravo". Esta ideia de que “para ser escravo, é preciso estudar” e “já é uma sorte eu poder estagiar”, corresponde infelizmente à realidade de hoje em dia, em Portugal, onde vários jovens licenciados estão desempregados ou fazem estágios não renumerados, onde são mal tratados e explorados ao máximo, para depois não serem contratados de qualquer das formas.

Deixo aqui esta música e também duas notícias, com estudos que indicam que ir em Erasmus e fazer estágios curriculares, reduz o risco de desemprego — Erasmus e Estágios.

Que Parva que Eu Sou
Deolinda

Sou da geração sem remuneração
E nem me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
Já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração 'casinha dos pais',
Se já tenho tudo, para quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração 'vou queixar-me para quê?'
Há alguém bem pior do que eu na tv.
Que parva que eu sou!
Sou da geração 'eu já não posso mais!'
Que esta situação dura há tempo demais
E parva eu não sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Cristina Ribeiro. Nº 48510

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Políticas de identidade

Um anúncio que vai contra a noção de género. Reparem que, tal como o Max disse hoje na apresentação oral,  o anúnica nada tem a ver com aquilo que publicita.

Merces Palha nº51956

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Marketing


Porque será que esta senhora não foi aplaudida no final da sua apresentação? Vejam o vídeo e tirem as vossas próprias conclusões.




É tudo uma estratégia de Marketing.

Andreia Amador 50419

quarta-feira, 20 de maio de 2015

última aula

Boas tardes, alun@s maravilha!
Na última aula, devem entregar a versão final do poster nessa mesma aula, juntamente com uma listagem dos vossos posts e comentários [se puderem, imprimam para eu me situar  nesta nossa tão vasta plataforma de troca de conhecimentos], que, como se recordam, constitui um dos nossos elementos de avaliação.
Vamos também construir um esquema visual coletivo sobre a Cultura Visual contemporânea (vejam posts no blogue sobre os esquemas dos semestres anteriores). Peço-vos, pois, que recolham uma imagem/um objeto [que possa ser fixado ao quadro com bostik] que para vocês represente a Cultura Visual, depois desta nossa viagem. Cada aluno irá ao quadro falar sobre os motivos da sua escolha e colocar o seu contributo em diálogo com os restantes elementos recolhidos pelos colegas. Podemos acrescentar texto, asteriscos, setas…
Deixo, à guisa de inspiração, um esquema visual que fotografei na Tate Britain, em fevereiro.





Monsanto


Há dias, caminhando pela cidade, vi este apelo, que fotografei para partilhar convosco.

Junto aqui o apelo de assinarem a seguinte petição lançada pela ONG SumOfUs: "Agrochemical giant Monsanto is poised to take over Syngenta, another massive pesticide company. This monster merger would give Monsanto an iron grip on farmers around the world -- gravely threatening world food security. We have to stop this now. Tell US and EU antitrust regulators to block Monsanto’s takeover now."


Escolhas divergentes_alternativas de vida

The Woman Who Chose to Plant Corn

"Not long ago, a Diné (Navajo) friend of mine, Lyla June Johnston, sent me a one-line email: "I am not going to Harvard... I am going to plant corn."

Her statement signals a profound divergence from the path she'd set out on when she was an undergraduate at Stanford University. She is choosing instead to learn the lifeways of her culture, to become fluent in her language, to relearn traditional skills, to be intimate with the land. The dominant American culture does not encourage such a path."


Este é o início de um artigo de Charles Eisenstein, proponente da ecomia sagrada (sobre a qual já há informação no nosso blogue, aqui). Podem ler o artigo completo aqui.


Ecoaldeia de Janas_Atividades verão 2015

Maio
23 de Maio - Sessão Prática de Apicultura

23 de Maio - Dia das Famílias
30 e 31 de Maio - 2ª Edição do Curso de Solar Fotovoltaico com Telmo Cabral


Junho
6 de Junho - Jantar Popular
7 de Junho -  Curso de Cosmética Natural de Verão
7 de Junho - Oficina de Extracção de Óleos Essenciais             
13 e 14 de Junho - Curso de Biogás e Construção de Biodigestor com Miguel Pereira
20 e 21 de Junho - Curso de Introdução à Serralharia
28 de Junho - Oficina de Produtos de Limpeza Ecológicos



Dia ativismo_grátis


Recordam-se certamente que a nossa última convidada, a Isabel Castanheira, da Quinta dos 7 Nomes, falou num dia aberto de ativismo. Espreitem o site da cooperativa para mais informações! Aqui

Faz a tua revolução*

"A 8 de Maio deste ano, a I'M Magazine fez 7 anos a divulgar projetos e pessoas extraordinárias que estão a mudar o mundo.
Tem sido uma grande viagem e ao termos reunido tanto conteúdo inspirador, resolvemos criar um programa gratuito online chamado "Faz a tua própria revolução pessoal" onde iremos partilhar em exclusivo a sabedoria e ideias de grandes vozes do nosso século no campo da transformação pessoal, educação, psicologia positiva, investigação, inovação, consultoria e formação empresarial.
Por email, a cada dia, durante 21 dias, quem subscrever o programa irá receber um conteúdo inspirador que o guiará numa viagem de 21 passos na direção do que é mais importante para si.
É gratuito, mas necessita de inscrição até ao fim do mês."
Inscrevam-se aqui.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Victor Papanek. “Arquitectura e Design. Ecologia e Ética.”

Olá colegas,
Deixo-vos com um livro que, embora à partida possa parecer fora da nossa área, na realidade está muito relacionado com a matéria que damos nesta cadeira, abordando vários dos assuntos que falámos ao longo deste semestre.

O autor é Victor Papanek (1927-1999. Designer e pedagogo) e o livro chama-se Arquitectura e Design. Ecologia e Ética [The Green Imperative – Ecology and Ethics in Design and Architecture]. Saiu em 1995 pelas Edições 70, na colecção Arquitectura e Urbanismo.

Gostava de partilhar convosco algumas citações que considerei apropriadas e interessantes:  

 "As mudanças ambientais no nosso frágil planeta são uma consequência daquilo que fazemos e dos instrumentos que utilizamos.” (10). 

 “É vital que todos nós – profissionais e utilizadores de serviços – reconheçamos as nossas responsabilidades ecológicas. A nossa sobrevivência depende de uma imediata atenção às questões ambientais, contudo, actualmente, parece registar-se ainda uma falta de motivação, uma paralisia da vontade, no sentido de proceder às mudanças radicais necessárias.” (11)

“No seu livro, The Voice of the Earth, Theodore Roszak escreve: 'Se a psicose é a tentativa de viver uma mentira, então a psicose epidémica da nossa época é a mentira de acreditar que não temos qualquer obrigação ética para com o nosso lar planetário'” (11)

“Os 'consumidores' (ou utilizadores, como serão chamados ao longo da presente obra) estão também implicados nesta crise ecológica. Na corrida gananciosa por cada vez mais bens materiais (no Ocidente, e mais recentemente, nos países da antiga União Soviética e do Leste da Europa ), negligenciámos gravemente as nossas ligações com a Natureza e a nossa responsabilidade para com o meio ambiente; estamos a perder amor, afecto e respeito uns pelos outros; estamos a esquecer a alegria do efémero e a liberdade de possuir pouco em termos de bens materiais.” (15)

“EXISTEM POUCAS dúvidas de que o ambiente e o equilíbrio ecológico do planeta se tornaram insustentáveis. A menos que aprendamos a preservar e conservar os recursos da Terra, e a mudar os nossos padrões básicos de consumo, fabrico e reciclagem, podemos não ter futuro. Estamos todos, cada um de nós, envolvidos nas questões de ecologia.” (17)

“O OBJECTO DIVERTIDO – Pode dizer-se que os ávidos anos 80 deixaram as pessoas com a ideia de que parte do seu dinheiro deveria ser sempre desviada das necessidades básicas para os pequenos prazeres, isto é, que elas mereciam mais diversão e deveriam usar os seus rendimentos para a alcançar. Este facto explicará não só as rápidas e loucas tendências que o mercado oferecia, mas também a correria para qualquer nova aventura que prometesse novas formas de prazer.” (165)    

“Desde os finais da década de 20, os fabricantes e os seus designers industriais conseguiram vender lado a lado o desejo e a insatisfação. O estilo manipulador cria uma ânsia inicial pela aquisição do objecto e depois o subsequente desencanto, quando deixa de ser novidade. A obsolescência integrada no objecto ajuda a criar esta insatisfação.” (180)     

“A exploração do 'giro', utilidade ou moda manipula sem escrúpulos as reacções e emoções das pessoas; representa a engenharia do desejo. Para dizê-lo de outra maneira: a utilidade é inimiga da excelência; a moda é inimiga da integridade; o 'giro' é inimigo da beleza.” (204)

Dou especial ênfase às "10 Perguntas Antes de Comprar", que surgem no livro: 

1- É realmente necessário? (Fomos persuadidos a comprar pela publicidade? Precisamos de comprar este objecto? É melhor do que o que já temos?)

2- Poderei comprar em segunda mão? (Os produtores fazem os objectos para que não durem para sempre. Devemos sempre comprar e vender objectos funcionais em segunda mão.)

3- Poderei comprar em promoção? (Podemos adquirir este objecto com desconto?)

4- Poderei pedir emprestado? (Se vamos usar este objecto só uma ou duas vezes, poderemos pedir emprestado?)

5 - Poderei alugar? (O autor dá exemplos como alugar um carro quando se está no estrangeiro)

6 - Poderei arrendar? (O autor dá o exemplo dos telefones serem alugados e não comprados)

7- Poderei partilhar? (O autor fala-nos da obsessão com os relvados na América e da partilha do cortador de relva. Fala-nos também de Permacultura)

8- Podemos partilhar em grupo? (Para reduzir o desperdício, para tornar as coisas mais baratas e diminuir a quantidade de matéria-prima gasta em produtos, devemos partilhar)

9- Poderei construir eu próprio? (O autor diz-nos que cada um de nós está mais capacitado para criar soluções para os seus próprios problemas do que qualquer outra pessoa)

10- Poderei comprar um kit? (Os artigos que compramos em kit chegam-nos às mãos de uma forma inacabada, porque o fabricante poupa dessa forma em portes de envio. Por outro lado, montar um kit ajuda à melhor percepção do objecto comprado) 

O autor acrescenta: Prejudicará o meio ambiente? Utiliza materiais complexos? Desperdiça energia?   

Estas questões são uma óptima forma de reduzir o nosso comportamento consumista e permitem-nos tomar decisões mais conscientes quando consumimos. 

Cristina Ribeiro Nº 48510