quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Teaser Grupo 12

 
        Queres saber como gastar melhor os teus 1000€ de propina?
Vem à próxima aula de Cultura Visual


Grupo 12: Cheila Vieira; Inês Pires; Mafalda Fernandes; Ricardo Simões

terça-feira, 28 de novembro de 2017

A Mulher na Publicidade

Como tem sido tema recorrente das nossas aulas falar sobre o papel das mulheres e do modelo feminino na publicidade, achei interessante partilhar estas publicidades que analisei o semestre passado na cadeira de Teoria da Comunicação.

Estes dois anúncios pertencem à Boticário, marca brasileira. Esta marca é conhecida por vender cosméticos e perfumes, logo o seu público-alvo é maioritariamente feminino. Todos os anúncios têm como objetivo atrair consumidores. Portanto, como pode uma marca feminina chamar a atenção do seu público? Porque não quebrar a ideologia machista vigente atribuindo poder ao género feminino? É exatamente isso que a marca irá (supostamente) fazer nestes dois exemplos que aqui vos trago.

         A história sempre se repete. Todo o chapeuzinho que se preze,                         Era uma vez uma garota branca como a neve, que causava muita inveja
                    um belo dia, coloca o lobo mau na coleira.                                                  não por ter conhecido sete anões. Mas vários morenos de 1,80m.


A mensagem transmitida é a de que, usando os produtos do Boticário, os homens ficarão aos seus pés. Estas publicidades fazem uso de histórias infantis, nomeadamente do Capuchinho Vermelho e da Branca de Neve (existem outras publicidades com a Cinderela e uma Princesa guardada por um dragão, que podem ver aqui). Porquê? Porque as mulheres querem ser vistas como princesas e desejam encontrar o seu príncipe encantado para que possam ter o seu final feliz.
À primeira vista, esta campanha parece conferir poder às mulheres, visto que conhecerão "vários morenos" a quem "irão pôr uma coleira"; contudo, se a analisarmos mais profundamente, encontramos ainda sinais da sociedade machista presentes. Representam a mulher como sonhadora e crédula de que o seu final feliz depende de encontrar o príncipe encantado ou não, e ainda como objeto de inveja. Concluindo, segundo esta lógica, para se realizar a mulher depende de um homem e da inveja que provoca nas outras mulheres, sem falar no facto de que é imprescindível consumir produtos Boticário. Ou seja, nada consegue sozinha.
Publicidades como estas suscitam, pois, questões de (des)igualdade de género. Pergunto-me: será possível que alguma vez nos possamos libertar deste preconceito?

Cheila Vieira nº 148191

domingo, 26 de novembro de 2017

"The Tragedy of the Commons"

Boa noite, colegas!
Decidi partilhar este pequeno vídeo do Ted Ed convosco.
Creio que se relaciona com os assuntos abordados na aula - o contexto ambiental e a responsabilidade do ser humano, enquanto indivíduo e enquanto elemento de uma comunidade. O vídeo fala também de como é essencial pensar em comunidade para sobrevivermos, explicando que o que é o nosso Bem é o Bem de todos e vice versa. Ao sermos egoístas, penalizaremos todos os outros e, a longo prazo, prejudicamo-nos a nós mesmos. Assim, a "tragédia dos comuns" é a falta de pensamento para além de si, e dos seus, a falta de uma visão mais global das coisas!




Ana Alexandra Jacques
nº 50167

"Class Divide" ("Classe Dividida")

Saudações a todas as almas vivas deste blogue!

Certamente que se recordam que uma das questões mais faladas nas aulas se prende com a concentração da riqueza em apenas 1% da população mundial. Neste sentido, proponho que vejam o documentário Class Divide, de Marc Levin, onde o contraste entre pobres e ricos é mostrado em Nova Iorque, num fenómeno em que os bairros pobres estão a dar lugar a casas de luxo e os habitantes pobres da cidade estão a ser expulsos das suas casas. Aqui ouvimos os dois lados, desde os mais jovens aos mais velhos, e ficamos a conhecer de perto uma escola privada altamente tecnológica e escandalosamente cara!


O documentário pode ser visto na íntegra aqui

Diana Nogueira

sábado, 25 de novembro de 2017

Ecosia, o ''Google, que luta contra a desflorestação

Caros colegas,

       Desde 2009 que se encontra disponível, no espaço cibernético o Ecosia, um motor de busca, que se distingue pelo seu impacto positivo na preservação do meio ambiente. Uma árvore é plantada por cada quarenta e cinco pesquisas, um número que, devido à nossa atual dependência da internet, não é difícil de atingir. O utilizador pode calcular o seu contributo através do contador de pesquisas efetuadas, no canto superior direito da pagina principal. Desde a criação deste projeto já foram plantadas mais de 17 milhões de árvores por todo o mundo, tendo sido investidos mais de 4 milhões de euros para o efeito.
      A cada mês, mais de 80% da totalidade dos lucros desta organização (obtidos através do aluguer de espaço publicitário na página de resultados) são direcionados para a reflorestação. Uma vez que a transparência é um dos lemas desta organização, a mesma disponibiliza mensalmente, para consulta, os respetivos balanços financeiros, bem como vídeos na plataforma YouTube onde se pode acompanhar os processos de plantação.
       No ano passado mais de 29,7 milhões de hectares de floresta foram perdidos em todo o mundo. Entre as causas encontram-se os incêndios florestais (que assolaram países como Portugal e a Austrália), a indústria do papel e dos móveis, assim como o setor agrícola (com o cultivo crescente de soja em detrimento das florestas).
      Debruçando-me sobre estes números e esta triste realidade pergunto-vos: qual seria o resultado se, num mundo habitado por mais de 7 biliões, todos usássemos o Ecosia para fazer as nossas pesquisas diárias na internet?



Votos de um bom fim-de-semana,
Irina Martins
Nº 149400

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Teaser - Grupo 2








Precisa de relaxar?
Saia da rotina. Mergulhe no paraíso. 



Coming Soon
24/11/17

sábado, 18 de novembro de 2017

Sobre arte e ativismo


  Quando penso em ativismo visual, acende-se uma luz na minha cabeça que me leva de volta a 6 de Outubro de 2014, quando assiti ao concerto do ilustre Morrissey, no Coliseu dos Recreios, um evento completamente fora do normal.








Morrissey T-shirt
Morrissey Flyers   Enquanto ativista dos direitos dos animais, Morrissey passou décadas a lutar contra a crueldade com os animais - e não pensa duas vezes antes de expressar as suas opiniões. Este vegan incansável inspirou milhões de fãs a pensar sobre os direitos dos animais, desde que lançou em 1985 o álbum dos The Smiths, Meat Is Murder*.
* Este, por sua vez, foi um álbum com uma voz política forte, criticando diversos tipos de violência, desde aquela perpetrada no espaço doméstico, como nas escolas de Manchester ou nas feiras de diversão.
  
   Morrissey usa os concertos como plataforma de ativismo. Entre muitas outras ações, faz questão de que o catering do recinto seja vegetariano ou vegan; associou-se com a PETA para fazer panfletos anunciando os seus espetáculos com mensagens ativistas e o seu merchandising (à venda no local dos concertos) revela as suas crenças. 
   Contudo, o que mais me chamou a atenção no concerto foi como entre cada intervalo de uma música para a outra, na tela gigante do palco, eram mostrados vários vídeos sobre as indústrias que não são cruelty-free ou meat-free. Centenas de pintainhos bebés a serem esmagados vivos. Tigres esfolados vivos. Animais de laboratório com anomalias físicas...
Ouvia-se um burburinho de choque pela multidão que assistia. Alguns fechavam os olhos.

   Na minha opinião, fechar os olhos não é solução. Sim, pode ser mais "confortável". Ou é como quem diz "A felicidade é dos ignorantes" e então as pessoas forçam-se a permanecerem na ignorância. Para além de toda a componente moral no que toca à crueldade infligida nos animais, temos também que ter em conta que vivemos num mundo em que os recursos são limitados. Estamos a esgotar e a sufocar o planeta terra. Caso não tenham conhecimento: atualmente, o setor que mais desgasta a Terra e impacta o ambiente é o do gado (para produzir um mero quilo de carne, são precisos aproximadamente 15,400 litros de água). Vejam Cowspiracy ou Before The Flood para se informarem sobre estes assuntos e aprenderem como podemos mudar alguns hábitos que poderão pesar menos no ambiente. 

   Sim! Estes são temas que nos alarmam. Ficamos nervosos e preocupados e acabamos por cair numa espiral de ansiedade, cheios de sentimentos de impotência. Porém, conhecimento é poder! Se todos tivermos esperança e força de ajudar e vencer, não será preciso muito mais. E, sobre esta temática da esperança, quem melhor do que Morrissey para nos elucidar? 😊


Nota: Morrissey também empresta a voz aos direitos LGBTQ+ e aotema da Saúde Mental. Recomendo pesquisarem mais sobre o seu trabalho como ativista, assim como o sobre o seu trabalho musical. Vale a pena!

Ana Patrícia Kato Mestre
Nº. 52399

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Teaser - Grupo 9



Estás preparado para uma nova aventura?

E se te deixares guiar pelo desejo?


Sabe tudo dia 24 de novembro, na aula de Cultura Visual.


Bárbara Santos
Beatriz Carvalho
Bruna Brissos
Catarina Pereira

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

AlternAtia FLUL

Boa tarde, colegas!

Gostaria de partilhar convosco um grupo recente da nossa faculdade, a AlternAtia FLUL, que mencionei durante a conversa com a nossa convidada Rute Novais. A AlternAtiva FLUL é um movimento dinamizado por alun@s da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que visa criar um espaço de integração alternativo à praxe. É um movimento independente e autónomo com o objetivo de integrar todos os membros da comunidade académica através da organização de actividades lúdicas e culturais, de carácter inclusivo e não discriminatório. Caso queiram saber mais sobre a AlternAtiva, partilho convosco a página de Facebook, onde são divulgadas todas as nossas atividades.
Aproveito também para divulgar o próximo evento, uma conversa sobre o tema “Desperdício Zero”, onde podem aprender várias dicas sobre como viver sem desperdício. Uma oportunidade a não perder, caso queiram conhecer um estilo de vida mais feliz, consciente e responsável.  Amanhã, dia 16 de novembro, na sala 5.2, às 18h45.




Ana Sofia Pancada

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Análise de Excerto

Naomi Klein considera que as escolas canadianas e estadunidenses, outrora espaços distanciados do mundo das grandes companhias comerciais, foram invadidas pelas marcas e pelos seus interesses privados. Na minha opinião, de maneira diferente e menos evidente, um fenómeno semelhante tem vindo a acontecer nas escolas portuguesas. 
Com efeito, a autora refere que a grande barreira protetora que salvaguardava as escolas começou a ser quebrada a partir da década de 1980, época de crise económica. Para ultrapassar o acentuado decréscimo no número de vendas, as grandes empresas tiveram de pensar em novas soluções. Uma delas foi tornar a publicidade centrada na marca e não nos produtos, criando, assim, uma identidade própria, facilmente reconhecível pelo público. Ou seja, mais do que produtos, os consumidores passaram a comprar "um estilo de vida, uma atitude, (...) uma ideia" (Klein 23). Consequentemente, as vendas aumentaram. Exemplo disso é o caso da Nike. A sua estratégia passou pelo investimento em publicidades protagonizadas pelas figuras mais importantes do desporto. A sua mensagem era simples: mostrar ao público que os melhores desportistas confiavam nos seus produtos para chegarem à vitória. Este tipo de mensagem é baseado numa promessa de felicidade que pode ser vista e invejada pelos outros. Desta forma, os jovens estudantes facilmente acreditaram que, comprando os produtos de marca, se tornariam campeões. Rapidamente os corredores das escolas transformaram-se em passerelles de desfiles publicitários feitos através de roupas de marca usadas pelos alunos. O mesmo ainda acontece nas escolas portuguesas. Os estudantes estão de tal modo contaminados pelo desejo de serem os melhores, que continuam a publicitar livremente tudo o que usam como modo de ostentação de um estatuto que consideram significar superioridade perante os que não têm meios para comprar as mesmas coisas. 
Por outro lado, na verdade, foi a tecnologia que quebrou a barreira protetora das escolas. No final do século XX, as constantes inovações tecnológicas deram origem a uma nova forma de ver o mundo através da componente digital dos ecrãs (Mirzoeff 15). A par destas mudanças, as escolas do Canadá e dos EUA sentiram a necessidade de ensinar recorrendo não só aos recursos tradicionais, como também aos recursos tecnológicos. Contudo, os planos governamentais que encheram as escolas cortes orçamentais mostraram-se um entrave. A solução encontrada foi obter financiamento diretamente das corporações.
Não obstante, vários governos ocidentais acabaram por desenvolver políticas de distribuição de computadores às escolas e aos alunos. Portugal, apesar de ter uma tradição de cortes orçamentais, seguiu essas medidas, garantindo que todos os estudantes e professores recebessem computadores de forma gratuita ou parcialmente gratuita. Todavia, se é verdade que o governo investiu na modernização do ensino, também é verdade que os interesses privados se apoderaram dos públicos. A criação do Magalhães, o computador mais famoso dessa política de distribuição, não foi mais do que uma oportunidade da Intel para lucrar à conta do Estado, criando um computador obsoleto que hoje já ninguém usa, excepto nos países pobres e escravos do capitalismo.
Ora, voltando ao contexto do No Logo, a verdade é que a ambição tecnológica das escolas não se satisfez apenas com computadores. A sua avidez levou-as retirarem dinheiro dos programas de educação física e de música para propósitos tecnológicos, abrindo espaço para a entrada de patrocínios das grandes marcas e para a promoção direta das mesmas, como acontece muitas vezes nos programas desportivos. 
Felizmente, nas escolas portuguesas, segundo a minha experiência, a publicidade não atingiu ainda tais dimensões. No entanto, isto não significa que o sector privado esteja ausente do quotidiano escolar. Pelo contrário, está cada vez mais presente. Veja-se o caso das refeições. Há poucos anos atrás, os funcionários da cantina foram substituídos por uma rede de distribuição alimentar privada. Enquanto as empresas têm lucrado à conta do Estado, a qualidade das refeições diminuiu. Depois das cantinas, pouco faltará para que os bares sejam totalmente regidos pelas empresas privadas, permitindo a venda de alimentos prejudiciais à saúde de marcas, como por exemplo, a Coca Cola. Com o silencioso avanço do domínio privado nas escolas, quem sabe, quiçá, se um dia estas não se tornarão realmente pequenos centros comerciais cheios de comida plástica e cartazes publicitários. 
Em suma, apesar de contextos diferentes, também entre nós os valores públicos têm sido abalados em lugares que foram primeiramente criados para ensinar e não para se transformarem numa fábrica de lucros. 




Diana Nogueira  



sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Análise de texto

O mundo consumista está, na sua íntegra, à mercê da publicidade. A omnipresença da publicidade nos setores público e privado, e na própria vida humana, é inegável. A sua influência e impacto constatam-se a nível global.
Vivemos na era da imagem. Atualmente, a publicidade é o tipo de imagem (e até mensagem) que mais observamos no nosso dia a dia, em especial nas grandes cidades.
No capítulo “The Branding of Learning”, incorporado na obra No Logo, Naomi Klein reitera que, em tempos passados, a escola era o único local imune ao branding. Contudo, na década de 1980, intentou-se uma transição de carácter negativo: as marcas e a publicidade procuraram invadir o ensino e transformar-se num statement para os adolescentes rebeldes. Nesta época, emergiu o “ciberespaço”, um tipo de comunicação entre os seres humanos que não recorre à presença física, mas a um espaço virtual constituído por redes.
Perante estes factos, destaca-se o argumento central da autora, que reconhece e culpabiliza as grandes corporações – multinacionais que se consolidaram nos anos 1980 –, juntamente com a tecnologia, de serem o fio condutor através do qual as marcas conquistaram e se apoderaram dos estabelecimentos de ensino. Derrubou-se assim a fronteira entre a publicidade e as escolas.  Na década de 1990 esta tentativa de invasão logrou, finalmente, resultados. Conforme a tecnologia era alvo de um processo de melhoramento – invenção da digital videotape e início do crescimento da utilização da Internet – o ensino público sofria cortes orçamentais profundos. Esta situação traduzia-se na necessidade e na incapacidade de as escolas financiarem a compra de altas tecnologias.
Na prática, o dinheiro é apresentado como algo mágico que compra todos os nossos desejos básicos. Assim, os custos de uma educação modernizada aumentaram abrutamente e as instituições de ensino viram-se obrigadas a procurar alternativas. Consequentemente, para além de desviarem dinheiro de atividades extracurriculares, escolas e faculdades abriram portas ao setor privado (às corporações). O intuito destas parcerias seria receber lucro proveniente da publicidade feita a marcas. Para além de beneficiar as escolas, a publicidade designa um meio competitivo que beneficia a própria economia nacional, por meio da alimentação do modelo capitalista.
Se pensarmos na razão de o espaço escolar ser tão cobiçado pelas corporações, chegarmos a uma conclusão dececionante: crianças e jovens são o público-alvo predileto das grandes marcas. Quanto menor a idade, maior a vulnerabilidade perante a “retórica publicitária”.

Os jovens, por um lado, ainda não têm capacidade para interpretar e filtrar a intenção oculta da publicidade e, por outro lado, ainda não possuem uma identidade bem definida. A publicidade ataca os jovens e aproveita-se da cegueira e da ignorância destes para lhes incutir a necessidade absurda de consumir produtos que irão melhorar as suas vidas e ajudá-los a ultrapassar o árduo período de formação do “eu”, segundo as promessas.
As corporações procuram vender não os seus produtos, mas sim as suas marcas (branding). Ora, um adolescente que pretende ser cool e popular deverá vestir-se com roupa de marca, pois quanto mais reconhecido for o logotipo, melhor será a marca. Os produtos podem ter a mesma qualidade, mas se um for de uma marca conhecida e outro de marca branca, o primeiro supostamente trará aos seus consumidores um maior status e índice de felicidade.
É de verificar-se que a invasão permissiva da publicidade nos sistemas de ensino deve-se à falta de recursos económicos por parte do Estado para uma permanente atualização das ferramentas educacionais, obrigando então escolas e faculdades a recorrer ao suporte das corporações.
O computador “Magalhães” (oferecido a escolas primárias pelo Estado) é um exemplo que ilustra o transporte da publicidade para dentro das escolas através das tecnologias.
Outrora, no período da adolescência, frequentei uma escola secundária que recorria à publicidade principalmente em épocas de campanha: as listas. Estas, a fim de obterem adesão por parte dos alunos/eleitores, eram patrocinadas por marcas, favorecendo os estudantes com descontos nas mesmas (como em escolas de condução).
Atualmente, na Universidade de Lisboa, é possível desvendar-se publicidades ocultas. Todos os cartazes da RedBull, os bares da “Tapioca” e as campanhas publicitárias da “Yorn” e “WTF” levam-nos a crer que aquele produto será melhor do que o que temos e trará mais vantagens. Estes patrocínios foram certamente proveitosos na compra dos computadores da Apple que vemos na sala de estudo e dos projetores que integram cada sala. Não obstante, o exemplo mais pertinente que demonstra a relação da faculdade com corporações será a parceria com a Caixa Geral de Depósitos que, através de um marketing agressivo, “impõe-nos” um cartão, transmitindo a ideia de que é imprescindível para o uso de certos serviços na faculdade. 
Em suma, a evolução tecnológica corrompeu o único espaço que até aos anos 1990 não era subjugado pela publicidade, a escola.

Beatriz Carvalho (148857)

sábado, 4 de novembro de 2017

Lixo ou luxo?



Em 1965, o poeta brasileiro Augusto de Campos brincou com as palavras “lixo” e “luxo”: o que resultou no poema concreto acima. Isto faz-me pensar na capacidade humana de transformar luxo em… lixo. A existência de ilhas de lixo é uma prova do pouco controlo que se tem sobre o que é produzido para tornar-se desperdício após o consumo.

O documentário citado na última aula trata da realidade de trabalhadores do aterro sanitário em Jardim Gramacho (Rio de Janeiro).



Ao mesmo tempo, apresenta a arte de Vik Muniz, que decidiu pintar e compor com lixo fotografias de pessoas que vivem em meios desfavorecidos. O trabalho destas pessoas resume-se em recolher, separar e queimar lixo.

Algumas pessoas demonstram que é possível transformar lixo em:

1) Arte: como faz o artista Bordalo II. Não só para apreciação estética, mas também para apelar à nossa consciência ecológica, evocando espécies afetadas pela enorme quantidade de lixo por nós produzido.

Bordalo II




Caretta Caretta Trapped, Fotografia de Francis Perez.
 
2) (novos) materiais para uso diário. Este vídeo (de um minuto) mostra-nos vários exemplos de novos materiais (e uma casa!) feitos a partir de pacotes de leite;
 3) meio de subsistência. Como afirma o youtuber Dave Hakkens: "They manage to do a whole recycling economy with our junk".





Assim, através de reciclagem e reutilização, aquilo que antes era considerado desperdício torna-se "luxo" ou uma alternativa melhor ao constante consumo de materiais poluentes que não são biodegradáveis.

Amanda Costa (148341)