quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

As crianças e os modelos a seguir

Boa noite!
Estava assistir ao telejornal das 8h na TVI e passou uma notícia sobre uma menina que é modelo desde os 3 anos de idade e que, actualmente, com 9 anos, tem várias propostas milionárias no ramo da moda — Kristina Pimenova, é conhecida como "a criança mais bonita do mundo". A menina já trabalhou com marcas mundialmente conhecidas e com muito sucesso, desde Armani, Benetton, Dolce & Gabanna, Roberto Cavalli e inclusive com a revista Vogue.
A mãe de Kistina, a ex-modelo Glikeriya Shirokova, é acusada de sexualizar a filha, ao "seleccionar imagens com [muita] maquilhagem e com roupas excessivamente curtas e justas". Ao vestir-se desta forma, tendo em conta a idade e a maneira como é produzida, passa a ser um foco de atenção para pedófilos, o que é um perigo. Concordo com esta afirmação, mas temos de pensar num outro assunto, que afecta principalmente as raparigas: o papel de "role model", que pode provocar desde muito cedo distúrbios alimentares e problemas mentais.


Para dar continuação a esta temática, achei também interessante partilhar outra notícia sobre uma nova Barbie. Esta boneca foi criada por um designer gráfico americano, Nickolay Lamm. Chama-se Lammily e tem características de uma pessoa "normal": estrias, celulite, acne, sardas, e não vem com maquilhagem. Lamm criou esta boneca tentando demonstrar que "o real também é bonito" e para que  as meninas "pensem mais sobre o que elas gostam e o que elas fazem e não tanto na sua aparência. Assim, se elas tiverem uma boneca que se parece com qualquer pessoa, não terão de se concentrar tanto na sua aparência”. Para além de a boneca ter tido muita saída, o designer pensa também fazer um Ken "normal" com uma barriga saliente e um pouco careca.



Rita Almeida

1 comentário:

  1. A utilização de crianças como modelos sempre foi problemática, e tem como lado negro a questão da pedofilia. Estranho uma mãe modelo (que deve conhecer bem as tensões da indústria da moda) entregar a filha a este mundo...
    Adoro a nova Lamilly, cujas proporções são, de facto, bem mais humanas do que as da Barbie, que formou várias gerações femininas descontentes com o seu corpo por terem como modelo uma impossibilidade (a boneca nem sequer se aguenta em pé, tal o absurdo do seu desenho).

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