Olá! Há cerca de um mês, enquanto fazia scroll pelo Facebook, deparei-me com um vídeo que na altura não me pareceu importante, mas na aula de hoje (26/out.) lembrei-me dele devido à nossa conversa sobre o "papel da mulher" no discurso publicitário e como consumidora, nomeadamente a projeção da imagem da mulher consumista.
Vimos que as revistas femininas representam a mulher como um ser poderoso, se usar saltos altos e tiver uma certa atitude (recordo aquele exemplo da fotografia da senhora em cima da secretária, no capítulo "Visual grammar and the meaning of metaphorical associations", da obra Introduction to Multimodal Analysis, de David Machin, onde, por acaso, até é mencionada uma das revistas que o vídeo nos mostra, a Cosmopolitan).
Por outro lado, este vídeo remete também para Ways Of Seeing, de John Berger, pois apresenta várias palavras-chave como idealização, consumismo, valor próprio, apontando para o facto de o discurso publicitário sugerir que precisamos de estar sempre a consumir para nos sentirmos realizados.
As revistas femininas, em particular, apelam ao seu público alvo para comprar inúmeros produtos. Como podem constatar no vídeo 85% do conteúdo de uma das revistas analisadas é publicidade (mais precisamente, 364 de 426 páginas são publicidade). Grande parte desta publicidade leva-nos a acreditar que podemos ser algo que nem as próprias modelos de revista conseguem ser (a H&M admitiu usar corpos gerados por computador nas modelos que fazem as photoshoots da marca, como podem ver também no vídeo).
É realmente algo que nos faz pensar. Na altura em que vi este vídeo pela primeira vez não tive a perceção de tudo o que estaria por detrás desta informação, mas agora que já refletimos mais sobre estes assuntos, podemos encarar esta informação de uma perspetiva bastante diferente daquela que teríamos há uns tempos atrás.
- Andreia Capelo, nº 146445